O presidente Michel Temer confirmou ontem mesmo o nome de Ivan Monteiro (foto) para ser recomendado como presidente efetivo da Petrobras. Ele falou à imprensa à noite, após reunir-se com Monteiro no Palácio do Planalto. Temer aguardou a decisão do Conselho de Administração da Petrobras, que indicou o Diretor Financeiro da estatal para ocupar interinamente o cargo. “Comunico que o escolhido hoje (ontem) como interino, Ivan Monteiro, será recomendado ao Conselho de Administração para ser efetivado na presidência da Petrobras”, disse. Em rápido pronunciamento, o presidente também reafirmou o apoio à política de preços praticada pela empresa, que segue os preços internacionais do barril de petróleo para precificar seus produtos. “Reafirmo que meu governo mantém o compromisso com a recuperação e a saúde financeira da companhia. Continuaremos com a política econômica que nesses dois anos tirou a empresa do prejuízo e a trouxe para o rol das mais respeitadas do Brasil e do exterior. Declaro também que não haverá qualquer interferência na política de preços na companhia”. Monteiro ocupava até então a direção executiva da Área Financeira e de Relacionamento com Investidores da Petrobras.
Novo presidente da Petrobras era da confiança de Bendine, preso na Lava Jato
Anunciado como o novo presidente da Petrobras, Ivan Monteiro fez carreira no setor bancário e foi para a petroleira a convite do ex-presidente Aldemir Bendine, de quem era homem de confiança. Com bom trânsito no mercado, ocupava a diretoria financeira e era o responsável pelo programa de desinvestimentos da Petrobras, que tem a meta de vender R$ 21 bilhões em ativos até o fim de 2018. Engenheiro Eletrônico de formação, Monteiro fez carreira no Banco do Brasil. Começou como escriturário e chegou à vice-presidência de Finanças, Mercado de Capitais e Relações com Investidores em 2009. Quando nomeado pelo então presidente do banco, Aldemir Bendine, os dois não se conheciam, mas acabaram se tornando próximos ao longo dos seis anos em que trabalharam juntos na instituição financeira. Tanto que Bendine o levou quando foi para a presidência da Petrobras, em fevereiro de 2015. Ivan Monteiro se tornou o diretor executivo da Área Financeira e de Relacionamento com Investidores da petroleira. Em 2016, Pedro Parente assumiu a presidência, mas manteve o diretor financeiro. Fora da Petrobras, Bendine foi preso na operação Lava Jato, suspeito de receber R$ 3 milhões da Odebrecht em troca de favores à empresa em contratos da Petrobras. Ele nega as acusações e se diz vítima de perseguição. Seu antigo braço-direito não foi alvo das acusações.