O Banco Central manteve nessa quarta-feira a taxa básica de juros inalterada em 14,25 por cento ao ano, em decisão dividida, tomada em meio a pressões para que autoridade monetária não subisse a Selic diante da forte deterioração da economia. Em comunicado, o Comitê de Política Monetária (Copom) disse que a decisão foi tomada “avaliando o cenário macroeconômico, as perspectivas para a inflação e o atual balanço de riscos, e considerando a elevação das incertezas domésticas e, principalmente, externas”. Apesar de a maioria dos agentes do mercado apostarem em alta da Selic, a decisão não chegou a surpreender, após o presidente do BC, Alexandre Tombini (foto), ter divulgado na véspera comunicado alterando a sinalização que o BC vinha dando até então de alta dos juros. No comunicado, Tombini disse que o colegiado levava em consideração todas as informações relevantes e disponíveis para sua decisão sobre os juros, pouco depois de o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgar uma piora nas previsões econômicas para o país, consideradas “significativas” pelo titular do BC. Por um placar de 6 a 2, a taxa básica ficou inalterada no patamar que está desde julho de 2015. Assim como na última reunião do Copom, em novembro, os diretores Sidnei Corrêa Marques, de Organização do Sistema Financeiro, e Tony Volpon, de Assuntos Internacionais, votaram por alta de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, para 14,75 por cento ao ano. “Daqui para frente a tendência é não subir mais (os juros) porque eu entendo que se o argumento deles é principalmente das incertezas externas, as incertezas externas vão se manter”, disse o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima, acrescentando que passou a ver a manutenção dos juros após inflexão na comunicação do BC adotada na véspera. Para analistas do mercado financeiro. Tombini, com esta decisão, manteve o emprego por mais algum tempo.