O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu ontem elevar a taxa Selic de 10,75% ao ano para 11,75% ao ano – alta de um ponto percentual. É o nono aumento consecutivo na taxa. Com isso, a Selic alcançou o maior nível desde abril de 2017, quando estava em 12,25% ao ano. Ou seja, o maior nível em quase cinco anos. Antes desse ciclo de altas, entre agosto de 2020 e fevereiro de 2021, a Selic tinha ficado estacionada no mínimo histórico de 2% ao ano. A gerente de Economia e Finanças Empresariais da FIEMG, Daniela Britto (foto), considera que “o ritmo e a intensidade dos movimentos de elevação dos juros impõem ao setor produtivo e à sociedade brasileira um custo muito alto e, por esse motivo, precisam ser questionados. Há algum tempo convivemos com um ímpeto inflacionário influenciado por choques de oferta, que tendem a ser agravados pela mudança do cenário internacional”.
Cenário futuro
Esta alta era esperada; o problema é o cenário futuro, segundo o economista da Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas) Paulo Casaca. Segundo ele, com a guerra entre Rússia e Ucrânia, a inflação deve continuar pressionada e os juros devem subir mais do que o esperado. Esse contexto faz com que o governo tenha que corrigir rotas para atenuar esse efeito danoso ao setor produtivo. Assim como na pandemia, precisamos agora proteger nossa economia e impedir que nossas empresas, mesmo antes do fim da pandemia, sofram ainda mais com uma guerra que tende a desorganizar mais ainda a cadeia produtiva global. Espero que pela via democrática esses desentendimentos sejam superados, que a paz seja alcançada, e que possamos voltar a traçar perspectivas de recuperação para o Brasil e para o mundo. (Foto reprodução internet)
