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Temer quer salvar o mercado da carne

Paulo César de Oliveira
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O presidente Michel Temer deve se reunir nesta tarde com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi (foto), para discutir as medidas do governo e a repercussão no mercado internacional da deflagração da Operação Carne Fraca. Também participarão do encontro representantes das associações brasileiras das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) e de Proteína Animal (ABPA), além da Confederação Nacional da Agricultura (CNA). O objetivo será debater as medidas que já estão sendo tomadas pelo ministério e os possíveis impactos da operação sobre as exportações de carnes brasileiras. O governo federal também deve divulgar uma nota para as embaixadas na tentativa de esclarecer a amplitude do esquema de corrupção desvendado pela Polícia Federal. Na sexta-feira, logo que soube da operação, Maggi informou que iria interromper uma licença de dez dias para tratar pessoalmente do caso.Ontem ele concedeu entrevista em Cuiabá e disse que não há motivos para a população ter receio de consumir a carne dos mercados e que o caso foi de “desvio de alguns servidores e de algumas empresas”, que já foram interditadas.

 

Primeira reação vem em nota que minimiza o problema

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento divulgou nota ontem em que afirma que o “Serviço de Inspeção Federal brasileiro é considerado um dos mais eficientes e rigorosos do mundo”. O serviço, segundo o governo, tem 2,3 mil funcionários que inspecionam 4.837 unidades produtoras habilitadas a exportarem carne para 160 países. “Foi com este Serviço que construímos uma reputação de excelência na agropecuária e conseguimos atender as exigências rigorosas de diferentes nações”, diz a nota. O ministério afirma ainda que as denúncias que da Operação Carne Fraca são “fatos pontuais”, após a denúncia inicial de um fiscal. Ao todo, 33 fiscais federais estão sob investigação. “O governo brasileiro, através de seus serviços de fiscalização, da Polícia Federal e outros órgãos de controle cumpre seu papel de garantir a qualidade e sanidade, tanto dos produtos alimentícios destinados ao mercado externo quanto ao mercado interno, sejam de origem animal ou vegetal.” De acordo com as investigações da Polícia Federal, frigoríficos envolvidos no esquema criminoso “maquiavam” carnes vencidas com ácido ascórbico e as reembalavam para conseguir vendê-las. As empresas, então, subornavam fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para que autorizassem a comercialização do produto sem a devida fiscalização. A carne imprópria para consumo era destinada tanto ao mercado interno quanto à exportação. A Operação Carne Fraca foi deflagrada na sexta-feira.

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