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Um pouquinho só, mas cresceu

Paulo César de Oliveira
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A produção industrial brasileira cresceu 0,6% em maio na comparação com abril, divulgou ontem (2) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado interrompe um período de queda de três meses consecutivos ante os meses imediatamente anteriores, mas ficou 8,8% abaixo do registrado no ano passado. Segundo o gerente de Coordenação da Indústria, André Macedo (foto), que apresentou os números do levantamento, a produção industrial brasileira acumula queda de 6,9% em 2015 e 5,3% quando analisado o período de doze meses encerrado em maio. A indústria de bens de consumo foi a que teve o melhor desempenho entre as categorias econômicas, com alta de 1,4% na comparação com abril, puxada pelo aumento de 1,2% nos bens semiduráveis e não duráveis. Os bens duráveis tiveram queda de 0,1%. Na comparação com o ano passado, no entanto, a produção de bens de consumo teve queda de 12% e acumula perdas de 9,6% em 2015. A indústria de bens de capital também teve variação positiva em relação a abril, com alta de 0,2%, mas apresentou queda de 26,3% na comparação com maio de 2014. Já os bens intermediários tiveram uma produção 0,5% menor que em abril e 4,9% menor que em maio do ano passado. De janeiro a maio, os bens de capital tiveram retração de produção de 20,6% e os intermediários, de 9,6%.

 

Produção aumenta mesmo com menor utilização da capacidade

A utilização da capacidade instalada na indústria recuou para 80,1% em maio com queda de 0,4 ponto percentual em comparação a abril, informou a Confederação Nacional da Indústria (CNI). A queda foi mais intensa se comparada com maio do ano passado (81,1%). Os dados já dessazonalizados (sem levar em conta atividades típicas de cada mês, como feriados) mostram que, com exceção do faturamento, todos os indicadores industriais caíram. Em maio, o faturamento real – indicador dessazonalizado – registrou alta de 1,6% ante abril. O resultado, no entanto, indica que a queda sofrida em abril foi revertida apenas em parte e está 10,1% inferior se comparada a maio de 2014. As horas trabalhadas na produção caíram 0,5% no mês passado, também sem influências sazonais. Se comparada com maio de 2014, o indicador registra queda de 10,2%. O emprego recuou 0,9% na comparação entre abril e maio e 5,6% ante o mesmo mês do ano passado. Houve também recuo na massa salarial de 1,2% e 5,9%, respectivamente, na mesma comparação. O rendimento médio real do trabalhador da indústria caiu 0,3% em maio na comparação com abril e 0,4% ante maio de 2014.

 

Na indústria mineira cai o emprego

O nível de emprego na indústria mineira recuou 6,43% no mês de maio deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. O setor de veículos automotores foi o que apresentou maior influência negativa (-0,26) e a maior variação negativa (-2,13%). Os dados foram divulgados na manhã de ontem (2) pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Na comparação com o mês de abril deste ano, o nível de emprego em maio apresentou queda de 0,26%. O indicador foi 2,56% menor quando analisada a média móvel dos últimos 12 meses. No acumulado até maio, o pessoal empregado total decresceu 4,08%, frente a igual período do ano anterior.

 

Mas as vendas aumentam

Apesar dos índices negativos referentes a emprego, que também foram observados em variáveis ligadas à produção – horas trabalhadas e utilização da capacidade instalada –, houve incremento nas vendas. O Index divulgado pela Fiemg mostra acréscimo no faturamento real no mês de maio de deste ano, influenciado pelo aumento da demanda nos mercados interno e externo. O faturamento real da indústria mineira no mês de maio de 2015 foi 7,18% maior do que o registrado no mês anterior. Entretanto, na comparação com o mês de maio do ano passado, há uma queda de 18,14%. O resultado negativo fica evidente na análise dos dados acumulados até maio, com queda em todas as variáveis pesquisadas desde o início do ano. Ou seja, segundo dados da Fiemg, a atividade produtiva continua enfraquecida diante do cenário econômico desfavorável, e não é esperada uma reversão ainda em 2015.

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