A Vale poderá realizar uma provisão adicional de 1 bilhão a 2 bilhões de dólares caso feche um acordo adicional de indenização por danos coletivos e uma compensação adicional para a sociedade e para o meio ambiente devido ao desastre de Brumadinho (MG), revelou ontem o diretor-executivo de Finanças e Relações com Investidores. No entanto, a contrapartida para um acordo maior seria a extinção de ações movidas contra a mineradora, proporcionando um marco legal para a execução de reparações e indenizações, ressaltou Luciano Siani (foto).“Importante dizer que essa provisão só será reconhecida no nosso balanço se a contrapartida do acordo for a suspensão das ações civis públicas e a garantia de que nós vamos ter arcabouço para dar segurança jurídica e velocidade na reparação”, disse Siani, durante teleconferência com investidores sobre os resultados da companhia em 2019. “Se não houver a suspensão das ações, a companhia não tem porque deixar de seguir no caminho atual. Assinando acordos específicos, para demandas específicas, que vem produzindo bons resultados.”
Provisão depende de acordo
No balanço financeiro, a empresa pontuou que o potencial acordo “ainda é muito incerto”, pois está sujeito à conclusão das negociações em andamento e à aprovação da Vale, do governo do Estado de Minas Gerais, dos Ministérios Públicos e de outras Autoridades e partes intervenientes. A mineradora pontuou ainda que a estimativa do impacto econômico de um potencial acordo dependerá também “de lista de projetos para realização; avaliação detalhada das estimativas dos montantes a serem gastos; análise detalhada do escopo destes projetos e do cronograma de execução dos empreendimentos e desembolsos, que terão impacto no valor presente das obrigações”.