“Não é concebível que apenas uma empresa tenha 98% da capacidade de refino do país”, afirmou o novo presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco (foto), em entrevista a um canal interno da companhia, quando defendeu que a empresa precisa avaliar a venda de algumas refinarias. Ao tomar posse na semana passada, o executivo já havia afirmado que “o relevante é ser forte e não ser gigante” e declarou que monopólios são “inadmissíveis” em sociedades livres. “Não é concebível que uma única companhia tenha 98 por cento da capacidade de refino, seja ela qual for, em um país. E nós estamos sendo alvo de ações do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica)”, disse Castello Branco. “Será que nós não poderíamos fazer melhor vendendo algumas refinarias e utilizando esses recursos para financiar o pré-sal, onde nós somos o número 1 do mundo? Essas questões têm que ser levantadas e respondidas”, afirmou.
Privatizar empresa, não
O ex-presidente da Petrobras Pedro Parente, que renunciou em meio à crise dos caminhoneiros, lançou um plano para vender 60% da participação da empresa em ativos de refino e logística no nordeste e sul do país. Mas a ideia foi abandonada, depois que o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a venda de ações de empresas públicas, sociedades de economia mista ou de suas subsidiárias ou controladas exige prévia autorização legislativa.Uma privatização da Petrobras, no entanto, não está sobre a mesa, frisou Castello Branco. Também não há plano para redução do efetivo. “Eu não tenho nenhum mandato para privatizar a Petrobras e nem se tivesse, gostaria de transmitir o controle dessa empresa para uma empresa privada. Nós teríamos que pensar em algo mais inteligente. O que pode acontecer são eventuais desinvestimentos”, afirmou.