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Aumento da violência e a fragilidade da segurança nos hospitais – entrevista

Paulo César de Oliveira
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A invasão ao Hospital Risoleta Neves por quatro homens armados, que mataram um paciente na madrugada de sábado (01), abre na Assembleia, uma discussão sobre o aumento da violência no estado e a fragilidade na segurança dos hospitais públicos. O presidente da Comissão de Segurança Pública no legislativo mineiro, deputado Sargento Rodrigues (foto), quer ampliar a discussão sobre o tema e critica a falta de recursos federais para o setor, o que para ele, é um crime.

 

A segurança nos hospitais públicos é muito frágil?

Não sei como funciona o Hospital Risoleta Neves, mas sei que lá tem segurança armada. Resta saber como ela funciona. Não era para ter acontecido isto. Houve claramente um relaxamento na entrada das pessoas para permitir que esses bandidos entrassem livremente no hospital e efetuassem os disparos. Se os vigilantes estivessem atentos e o modelo de vigilância lá implantado fosse inteligente e fiscalizador, essas pessoas não teriam entrado. Em se tratando de hospital público, a situação é muito mais grave.

 

A Comissão de Segurança Pública na Assembleia Legislativa pode abrir uma discussão para ver como funciona a segurança dos pacientes nos hospitais públicos, em especial os envolvidos em crimes e atingidos por armas de fogo?

Esse é um bom momento para que nós possamos fazer uma discussão de um fato tão grave como este. Os hospitais tanto públicos, quanto privados, têm que tratar desta questão. O que deu para entender nesse episódio é que o cidadão que foi morto devia ter algum envolvimento com o tráfico de drogas e os quatro criminosos invadiram o hospital e o mataram. É um assunto que realmente precisamos debater na Comissão de Segurança Pública. O cidadão está internado no hospital tentando se recuperar de uma enfermidade e é assassinado dentro do próprio hospital? É preciso ter o mínimo de segurança para quem está dentro do hospital. Se a vigilância falhou é preciso ver como resolver essa situação. É difícil acreditar que uma quadrilha entra em um hospital, invade uma sala e assassina uma pessoa. Qual a forma de controle de entrada das pessoas adotada no hospital, que permitiu a entrada dessas pessoas?

 

A presidente Dilma chegou a pedir os governadores para fazer um pacto pela segurança púbica. O sr. acha que o corte de recursos para essa área aumentou a violência nos estados?

A omissão da União é tamanha, que chega a ser criminosa em relação a questão de segurança pública. Além de não repassar nenhum recurso para essa área e para o Fundo Penitenciário, nos últimos 10 anos, a União comete duas outras omissões: a falta de segurança nas fronteiras para reprimir o tráfico de armas e de drogas, que impactam direto nas cidades, nos centros urbanos. Essa droga, hoje está mais do que comprovado, é um componente que impulsiona fortemente a criminalidade e a violência. Esse assassinato no Risoleta Neves, ao que tudo indica, foi um acerto de contas do tráfico. E não adianta as pessoas dizerem que o Brasil tem muitas leis. A nossa legislação é muito frouxa. Ela permite o retorno para as ruas muito rapidamente, como nós estamos vendo o que está acontecendo com a ex-funcionária do Marcos Valério, envolvida no mensalão, a Simone Vasconcelos. Ela cumpriu um terço da pena e já está nas ruas, com progressão de regime. A lei é muito frouxa, principalmente quando se trata da lei de execução penal. Isso contribui para esse sentimento de impunidade.

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