Minas Gerais é o estado que tem cidades que são verdadeiros monumentos históricos. São famosas mundialmente e atraem turistas de várias partes do mundo. Tem também seus palácios, como o da Liberdade, palco de importantes encontros de chefes de Estado e de fatos que marcaram a história de Minas e do país, como quando Tancredo Neves em um discurso inflamado, da sacada do Palácio da Liberdade, bradou que “o primeiro compromisso de Minas é com a liberdade.” É esse cenário que a nova secretária de Cultura e Turismo, Bárbara Botega (foto/reprodução internet), rodeada de montanhas e muita história tem como pano de fundo para trabalhar. Ela avisa que quer deixar sua marca e está preparando um projeto, considerado por ela, inovador.
Agora no comando da Secretaria de Cultura, você tem algum projeto específico que queira levar adiante e que quer deixar como sua marca?
Eu era da Secretaria de Comunicação e em paralelo com algumas atividades específicas da Secretaria de Cultura e Turismo. Então entro de verdade na Cultura e do Turismo efetivamente agora. Claro, tem vários projetos que eu, obviamente, vou dar segmento e que já estavam sendo construídos, mas tem um projeto que eu quero sim levar adiante. Acho que ainda está um pouco precoce eu já falar sobre ele. Eu quero estruturá-lo melhor para a gente fazer um anúncio bastante interessante. Mas eu já posso adiantar que envolve patrimônio, envolve cultura, envolve turismo. É dentro de um mesmo guarda-chuva, digamos assim. Será dentro de um mesmo projeto, que eu tenho certeza que vai ser bem estruturante, inovador para o estado de Minas Gerais.
O Estado tem o turismo ecológico e uma cultura muito voltada para museus. Como ressaltar essa riqueza histórica e natural do estado e atrair mais turistas?
Vivemos uma dialética bastante interessante entre cultura e turismo no estado de Minas Gerais. O turista que vem para Minas Gerais é eminentemente cultural. Quando a gente pensa no turismo de lazer, é para além dos negócios. Nós temos um acervo de patrimônio em que mais de 60% do patrimônio do Brasil está localizado em Minas Gerais. A gente tem aí as conhecidas cidades históricas, mas não só elas, temos muito mais. Então o turismo já é, naturalmente em Minas Gerais, associado à sua cultura. E quando a gente fala na cozinha mineira, a gente também entende que isso faz parte, é da essência do povo mineiro, também é um turismo cultural. Tem as paisagens, o turismo de natureza que a gente tem por aqui, é um pouquinho diferente do que a gente tem em outros destinos do Brasil. E o desafio é, justamente, pontuar que o Brasil é além do litoral. Isso quando a gente pensa na atividade de turistas estrangeiros. Mas para o povo brasileiro, e isso já é bastante natural, essa correlação entre a nossa cultura e as nossas montanhas como atrativo máximo para o turista daqui. Para o turista resolver vir para aqui. Isso a gente já vem fazendo através das feiras e ações que fazemos tanto no Brasil como no exterior e, também ações de marketing, mesmo publicidade. Eu venho da comunicação do Estado e esse era um ponto de convergência bastante significativo quando a gente pensa na promoção de Minas Gerais para o turista. Então a gente tem aquela campanha do vem mineirizar, que ela continua. E a gente segue exatamente nessa linha.
O mineiro é, inclusive, considerado o povo mais simpático. É possível explorar isso também culturalmente?
Na verdade, quando a gente chama com o “vem mineirizar”, a gente o tempo inteiro, fala, de mineiridade reforçando a cultura do mineiro como como ponto facilitador. O sotaque foi eleito o mais agradável sotaque do Brasil, o mineiro é o povo mais acolhedor do Brasil, a gente gosta de receber e tem a fama de receber bem, a gente também embala, digamos assim, essa cultura do mineiro dentro desse cenário de atração de turistas.
Minas tem problemas de infraestrutura. O que pode ser feito para que o turista se sinta mais seguro para poder viajar pelo estado nas rotas turísticas?
Já lançamos o Infra Turismo em parceria com a Secretaria de Infraestrutura do Estado. É um projeto que visa exatamente corrigir algumas, quase que literalmente, rotas dentro da infraestrutura do estado de Minas Gerais. O problema das estradas é crônico e herdado por décadas de falta de investimentos nas nossas estradas e rodovias, o que vem sendo, dentro do que é possível, solucionado por essa gestão. Temos o Provias, que já vem recuperando de maneira bastante significativa a malha viária do estado. Tivemos a feliz notícia da concessão do trecho Ouro Preto/Ponte Nova, que vai fazer a duplicação de uma de uma rodovia Importante que liga Belo Horizonte a algumas das cidades históricas mais visitadas e mais emblemáticas do estado de Minas Gerais. Então vai facilitar a questão do trânsito e dessa infraestrutura viária que a gente sabe que é necessária para o desenvolvimento do turismo. Temos a expectativa de que no próximo ano teremos mais investimentos possíveis de serem feitos, exatamente nessa área. O que eu tenho plena convicção é que essa gestão está atenta para isso e diante do quadro de dificuldade financeira orçamentária do Estado, temos o respaldo e do Governo do Estado que está atento a esse tipo de demanda e eu tenho certeza de que vamos superar isso com inteligência, estratégia, como já vem sendo feito.
A polêmica em torno da liberação do Palácio da Liberdade para eventos, deixou alguma marca aí na Secretaria?
De forma alguma. Eu tenho uma convicção bem clara de que os equipamentos públicos devem ser utilizados pelo público em si, que vem tendo a satisfação e alegria de vivenciarem, experimentarem o Palácio das Mangabeiras e o próprio Palácio da Liberdade, que já vem sendo palco de eventos bem interessantes. Recentemente tivemos o Uai Wine nos jardins do Palácio, ressaltando a produção vinícola de Minas Gerais. Os nossos vinhos mineiros. A gente já teve feiras de cozinha mineira acontecendo aqui no Palácio. A gente tem no Carnaval o Palácio do samba, que acontece aqui na tenda, nos jardins do Palácio da Liberdade. Todos esses eventos têm visibilidade e alegria de estarem sendo reverenciados para as pessoas poderem usufruir desse espaço e nada mais justo e correto do que a gente ter uma contrapartida financeira para que esse espaço se mantenha economicamente viável. Nunca tinha sido feito uma reforma tão grande no Palácio da Liberdade, como é que foi feita no ano de 2023, com empenho do Ministério Público, a pedido do próprio Governo. Então, a preocupação com o equipamento público e com esses espaços é clara nessa gestão e a ocupação desses espaços pelas pessoas é muito bem-vista por todos. Esse questionamento de poucos, de forma alguma nos afeta. Nós temos muita convicção que essa política pública é assertiva e eficaz para toda a população mineira.