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Construção Pesada, um setor à espera de soluções

Paulo César de Oliveira
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Passados os primeiros seis meses do ano o setor da Construção Pesada não conseguiu recuperar nenhum emprego, segundo o presidente do Sindicato da Construção Pesada de Minas Gerais e vice-presidente da Fiemg, Emir Cadar Filho (foto). Sem um plano de obras para o estado e para o país, o setor tem sobrevivido de pequenas obras e de manutenção. A expectativa é a de que em 2020 o setor tenha um impulso, porque segundo ele, não há desenvolvimento sem investimentos em infraestrutura. Os empresários da construção pesada também têm discutido com o governo do estado, alternativas para buscar os investimentos necessários para viabilizar alguns projetos.

Os empresários da construção pesada tiveram uma reunião com o secretário de Infraestrutura do estado, Marco Aurélio de Barcelos. Ele apresentou um plano de obras para o estado?

Ele fez uma explanação da situação geral de Minas e das expectativas. Nós estamos em uma situação complicada, com verba só para manutenção, o Estado está em dificuldades, mas algumas secretarias colocaram suas verbas para obras em hospitais paralisados e assim, colocar essas obras no cronograma previsto.

 

O governo pretende fazer as Parcerias Público Privadas (PPPs)?

Não. O Estado não fala em PPPs, só em concessão. O Estado não tem dinheiro para dar a contrapartida nas PPPs.

 

E como o governo retomaria as obras paradas dos hospitais?

As secretarias irão colocar os recursos destinados a elas nessas obras. A Secretaria de Saúde colocaria o recurso e não a Secretaria de Infraestrutura e Mobilidade, a antiga Setop, cada um destinaria suas verbas. Além disso, o governo está buscando alternativas para dar continuidade às obras no governo federal, com financiamentos. Acredito que o governo está no caminho certo na busca desses investimentos, porque sabemos que o Estado não tem recursos. Fico frustrado pelo fato de não se ter um grande plano de obras, mas não adianta. Nós temos que ter a sabedoria para entender que o governo não tem dinheiro e sermos parceiros, ver o que o setor produtivo pode fazer junto com o governo para buscarmos mais verbas.

 

O governo tem planos de abrir concessões rodoviárias, mas vimos recentemente empresas devolvendo trechos de concessões. Há interesse dos empresários em investir no setor?

O governo pretende fazer as concessões das rodovias capazes de entrar no processo para aliviar esse peso do Estado, que não tem verba e nem perspectiva de curto prazo de conseguir e por isso está pegando as estradas que estão em condições de ser concessionadas e oferecendo à iniciativa privada. Esse é um novo modelo. O modelo que não deu certo é um de menor tarifa. O modelo agora é de maior outorga, que seria toda transferida para a rodovia. O modelo que será adotado em Minas é o mesmo que o governo federal está adotando. Apesar de termos tido muitos problemas nas rodovias, todas as rodovias concessionadas tiveram melhoras, talvez menos do que o esperado, em um prazo maior do que o esperado, mas as que foram concessionadas são, sem dúvida, melhores do que as que estão nas mãos do estado.

 

No último dado sobre emprego divulgado a construção aparece como o setor que mais empregou. O setor da construção pesada, da construção civil voltou a empregar?

A pesada não. Acho que aconteceu uma melhora, com um ambiente de negócios melhor, com a expectativa de que o Brasil vai melhorar e a construção civil começou a retomar os investimentos. Os que estavam contendo os empreendimentos, voltaram a investir. Na construção pesada não, porque nós dependemos praticamente de investimentos públicos que estão praticamente zerados, o setor de mineração está em um momento difícil, devido a esses acidentes, algumas fechadas ou com funcionamento restrito, então, nós não recuperamos nenhum emprego.

 

Para o segundo semestre há uma expectativa de melhora?

Não. Para a construção pesada não acredito que teremos investimentos neste ano, mas em 2020, do meio do ano para frente devemos ter a volta de investimentos em infraestrutura na construção pesada e aí sim, o Dnit, que não está com um orçamento condizente com o país que nós temos, pode ter uma retomada. O ministro dos Transportes, Tarcísio Gomes de Freitas, é dedicado e muito competente, nós acreditamos muito no ministro, e acreditamos que teremos melhorar no ano que vem, porque nenhum país do mundo tem progresso sem investir em infraestrutura. Como o projeto é fazer com que o Brasil volte a crescer, isso passa pela infraestrutura querendo ou não.

 

Até lá o setor fica a pão e água?

O setor está vivendo de manutenções, de pequenas obras e não estamos conseguindo produzir.

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