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João Marcelo Dieguez: prefeito de Nova Lima se torna uma liderança forte na RMBH

Paulo César de Oliveira
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Reeleito com 85,6% dos votos válidos, o prefeito de Nova Lima, João Marcelo Dieguez (foto/Tião Mourão), firma-se como uma das mais expressivas forças políticas da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ele foi eleito recentemente para assumir a presidência da Granbel, entidade que reúne 34 prefeituras da Grande Belo Horizonte, e sabe da força que a entidade tem para impulsionar a sua carreira política em Minas Gerais. Mas entre negociações políticas, o exercício do diálogo e a busca de soluções para os graves problemas que envolvem esses municípios, ele não se descuida de Nova Lima e trabalha pelo desenvolvimento da cidade e para garantir que as manifestações culturais sejam mantidas. Agora, ele investe para que o Carnaval da cidade seja um atrativo a mais para quem busca uma folia “raiz”, típica do interior do estado, mesmo Nova Lima estando colada em Belo Horizonte.

Nova Lima é uma cidade carnavalesca?

 Sim, nós temos um Carnaval tradicional, com blocos, que prevalecem por décadas e fazem parte da cultura da nossa cidade. Nova Lima é uma cidade com a folia forte, presente. Existia um movimento de migração de um grande público de Belo Horizonte para Nova Lima, antes de Belo Horizonte se fortalecer com o Carnaval. Esse público deixou de vir porque Belo Horizonte ficou muito forte. É claro que ainda há presença de turistas aqui, mas o Carnaval ficou com uma característica mais da cidade, com jeito de interior. Nós temos um Carnaval rico, com 35 agremiações. Muitas são blocos, cortejos, escola de samba e uma programação que envolve 15 bairros. São no total 12 dias de programação, se a gente considerar também o pré-Carnaval. O investimento da prefeitura foi de R$ 2.3 milhões para garantir toda infraestrutura necessária.

Belo Horizonte e Nova Lima estão em sintonia para trabalhar com essa questão da mobilidade. Como está esse trabalho entre as duas prefeituras?

O prefeito Álvaro Damião mantém o mesmo espírito de diálogo, para enfrentar os desafios que a gente tem, especialmente mobilidade entre os dois munícipios. As duas prefeituras selaram um acordo no Ministério Público, junto também com o Governo do Estado e o Governo Federal, para construir um projeto de mobilidade, mas que contemple também preservação ambiental, o parque linear é ali na região limítrofe. Já foi realizada uma audiência pública, em Nova Lima e agora será realizada uma audiência pública em Belo Horizonte, para que tenhamos condições de encaminhar o projeto para a SPU (Secretaria de Patrimônio da União).

Quanto efetivamente esse projeto sai do papel?

Precisamos, ainda, percorrer essas etapas. Então, após as audiências públicas, quando o projeto é encaminhado à SPU, é o momento em que a SPU destina as glebas da linha férrea para os municípios. Só a partir daí que se inicia o processo de licenciamento. Em se tratando de uma rodovia que passa por dois municípios, esse licenciamento se dá no Governo do Estado. Eu acredito que esse processo de audiência pública e aprovação da SPU, doação para o município, mais licenciamento, tudo isso transcorre em um período de 12 meses. E se a gente considerar mais 18 meses de obras, então eu estou com uma expectativa de cerca de 2 anos e meio a 3 anos para essa obra ser concluída.

E essa obra vai ser suficiente para resolver esse gargalo no trânsito entre as duas cidades?

Não, mas ela não é feita de maneira isolada. Em paralelo a ela, a gente tem outras obras que serão realizadas ali no entorno do BH Shopping. É um acordo direto entre a prefeitura de Nova Lima e a prefeitura de Belo Horizonte, onde 2 obras são realizadas pela PBH e 2 obras pela prefeitura de Nova Lima. A prefeitura de BH parece que já está começando uma das obras , no trevo do BH Shopping. Uma das nossas obras está prestes a começar, o viaduto ferradura, que é uma obra complementar. Além disso, tem outros esforços que o nosso governo tem feito, como retomarmos o asfaltamento de Nova Lima/Sabará, que também desafoga a MG 30, e estamos elaborando o projeto da avenida Rio de Peixe, que liga a região central de Nova Lima, especialmente em Honório Bicalho, diretamente à BR-040, sem ter que passar lá por cima. É um grande plano de mobilidade, que ele por completo, sim, trará um desafogo, uma solução para aquela região. A linha férrea é fundamental, mas ela sozinha não é a salvadoras da pátria. Também existem outros esforços complementares, como eu disse, em outras regiões, como Nova Lima/ Sabará, como a Rio de Peixe e como as obras que nós estamos fazendo na divisa com BH, que complementam tudo como uma grande solução de mobilidade para essa região Sul da capital.

O senhor também ampliou a sua voz para a Região Metropolitana, ao assumir a presidência da Granbel. Qual é a principal reivindicação dos prefeitos?

O maior desafio também é mobilidade, muito atrelado ao transporte público intermunicipal, o transporte metropolitano. Aquele contrato que não está na responsabilidade das nossas prefeituras e que a população sofre diariamente. Isso porque o cidadão mora em Nova Lima, mas ele trabalha em Belo Horizonte. Ele estuda em Contagem, mas vive em Ribeirão das Neves. Ou seja, ele transita nessa região e o transporte público é indiscutivelmente a maior das reivindicações, seja pelas melhorias na qualidade do serviço, seja pelo um bilhete único que facilita muito a vida do cidadão. Ou seja, são pautas que nós, prefeitos, vamos nos unir para sentar com o Governo do Estado, debater e buscar caminhos e soluções.

Existe sintonia entre as prefeituras para trabalhar nesse projeto? Porque vemos outras obras importantes gerando polêmica, como é o caso do Rodoanel.

 Estamos todos imbuídos no mesmo espírito de encontrar soluções e encontrar uma solução não é fácil, isso exige diálogo e determinação. É o caso que eu falei da linha férrea. Belo Horizonte defende a questão do parque linear. Nova Lima defende a solução de mobilidade. Sentamos na mesa, discutimos, pactuamos as premissas, enxergamos um acordo. É isso tem que ser feito, colocar as posições numa mesa, ter diálogo, ter debate, para que a gente encontre a solução. Com todo mundo nesse mesmo espírito, eu acredito que é possível.

Os recursos existem para solucionar esse problema?

Isso é muito variável, município por município. A Granbel, ela tem um papel fundamental de articulação e nessa articulação ela compreende aquele município que tem essa disponibilidade, aquele que não tem. Como isso será resolvido. É um trabalho muito de articulação nesse sentido. A realidade de cada município varimuito. São diversos pontos, seja da gestão fiscal, ambiente econômico, arrecadação. Então isso varia muito de um município para outro. A GranBell tem esse papel de articular e mediar para que se chegue na melhor solução possível para todos.

A Granbel terá um papel importante no seu crescimento político, para suas pretensões políticas futuras?

Acredito que sim. Eu não acredito naquela política feita com discursos vazios, populistas, oportunistas. Eu acredito que as soluções nascem do diálogo, de quem está disposto a construir com responsabilidade e com seriedade. E é essa forma que eu vou levar à frente na Granbel. Se eu for bem-sucedido, é claro que isso pode permitir outros caminhos. Eu tenho um compromisso com Nova Lima e estou focado nesse mandato e nessa responsabilidade da Granbel, eu vou levar o mesmo espírito de governo para ter essa liderança à frente da Associação.

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