Blog do PCO

Mario Campos: Um cenário ainda incerto

Paulo César de Oliveira
COMPARTILHE
campanha institucional   728x90 1

O anúncio dos primeiros nomes que vão compor o governo do petista Luiz Inácio Lula da Silva, a partir do dia primeiro de janeiro, indica o caminho que o governo vai tomar. Mas ainda faltam nomes importantes, segundo o presidente da Siamig, Mario Campos (foto). A Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais, o Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool do Estado de Minas Gerais e o Sindicato da Indústria do Açúcar no Estado de Minas Gerais, representadas por ele, tem agendas importantes, inclusive a que trata da polêmica da isenção do ICMS para setores como o de combustíveis, que afetou diretamente o etanol.

O que esperar do governo Lula, em especial com Fernando Haddad no Ministério da Fazenda?

O cenário ainda está muito incerto. Acho que nós temos um Congresso reativo. O Bolsonaro teve essa dificuldade. O Congresso é mais reativo a qualquer agenda fora do normal do executivo e, na verdade, nós temos uma situação hoje, onde o executivo entre os 3 Poderes é o mais fraco. O governo ainda tem capacidade de apresentar uma agenda, mas não a finaliza, porque precisa do Congresso. Com isso, o orçamento está muito amarrado às decisões do Congresso. Nesse governo vamos ter esses grandes temas como o Bolsa Família, que consome muitos recursos, então, nós vemos um orçamento muito amarrado no Congresso. Temos que esperar para ver o que vai acontecer. É um campo ainda desconhecido em relação ao ministro. Mas tem outros ministérios mais temáticos, que têm uma ligação maior com o segmento econômico, como por exemplo o que vai ser criado, o Ministério de Indústria e Comércio, como o da Agricultura, Minas e Energia. Nós não sabemos com quem eles vão ficar. É muito provável também que alguns desses ministérios sejam usados na composição política. Esses ministérios são aqueles onde os segmentos econômicos têm uma agenda um pouco mais presente. E há uma ansiedade, também, para ver quais serão esses postulantes.

É uma área que afeta toda a economia? 

Mas é muito difícil prever qualquer tipo de perspectiva com o Haddad, porque ele nunca se sentou naquela cadeira. Ele é economista, mas é difícil pensar em qualquer tipo de perspectiva. E o Lula já avisou que o ministro vai ser ele e não o Haddad. O PT tem um pensamento claro em relação ao fortalecimento do investimento estatal, da presença maior do estado. Nós do segmento privado temos alguma reserva com relação a isso, principalmente no que diz respeito a intervenção em áreas econômicas. Então, ficamos em campos opostos. Isso é como água e óleo, não se mistura. Mas precisamos ver para frente aí como é que vai ficar, porque tem sempre um caminho do meio, onde um lado cede, outro lado cede e temos que ver como é que vai ser.

Para a agenda do setor sucroenergético como que fica?

Nós temos uma agenda de curtíssimo prazo e depois temos de médio e longo prazo. O setor do etanol foi muito prejudicado esse ano com as alterações tributárias, principalmente no campo federal. Nós tínhamos um diferencial tributário com relação à gasolina e esse tributo foi zerado, perdemos esse diferencial e perdemos competitividade, isso é muito claro. Essa medida tem data para terminar que é 31 de dezembro. A partir de primeiro de janeiro voltam com os tributos e eles estão com a discussão se vai voltar mesmo, ou se vão manter a isenção. Engraçado é que estão conversando justamente sobre recursos e vão deixar de lado esse recurso, que, de certa forma, tem garantida a sua volta e não precisa nem fazer nada. O ato que desonerou tem data para terminar, que é 31 de dezembro. Fomos muito prejudicados e independente de quem ganhasse a eleição, estaríamos discutindo esse assunto. Essa é a questão de curtíssimo prazo. De médio e longo prazo nós estamos muito bem posicionados.

O setor tem uma agenda de sustentabilidade? 

Nós temos nossos pilares de sustentabilidade, nós antecipamos toda essa agenda para o setor muito antes desse assunto ser considerado primordial nos segmentos econômicos. Para se ter uma ideia, nós estávamos discutindo isso em 2016, mas foi principalmente em 2020 que a agenda veio forte nos setores econômicos. Nós antecipamos muito essa agenda, estamos preparados. No ramo agrícola sabemos que somos mais organizados. O fato da indústria, do setor ser também plantador de cana e estamos muito a frente dessa agenda ambiental do agro e estamos vendo que esse novo governo vem com o viés ambiental muito forte. Não é um viés só do governo brasileiro. Estamos muito bem posicionados nesse ponto, e esperamos ter espaço nessa agenda ambiental pois segundo o que se fala do novo governo, ele vai dar um apoio muito grande nessa área. (Foto/Reprodução internet)

COMPARTILHE

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

News do PCO

Preencha seus dados e receba nossa news diariamente pelo seu e-mail.