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O jogo político começou

Paulo César de Oliveira
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Escolhido nas prévias do PSDB para disputar à presidência da República, o governador de São Paulo, João Doria, passa agora para a próxima etapa, que é a de dialogar para compor uma ampla aliança em torno do seu nome. Mas antes, Doria precisa apaziguar os ânimos no partido em Minas. O vice-presidente nacional da legenda, deputado federal Domingos Sávio (foto), entende que o momento é de unidade e esse é o caminho. O partido também passa a discutir sobre o palanque que vai montar para Doria no estado.

João Dória terá um palanque forte em Minas? 

 Não só em Minas, mas em todo o Brasil, essa é a tarefa agora. Mas não adianta querermos partir para essa tarefa se nós não unificarmos bem o sentimento em Minas. Isso vale para o Rio Grande do Sul, vale para São Paulo e para cada estado da federação.  A candidatura nos estados tem que estar também em harmonia com o programa nacional. Não adianta nada o PSDB de Minas apoiar fulano e esse fulano estiver comprometido com outro projeto, ou não der esse espaço para o projeto nacional do PSDB. Embora o processo tenha sido traumático, tenha tido dificuldades, esse processo, porque o partido escolheu pelo caminho democrático, com um debate interno, um candidato. Agora o PSDB pode vir a público e dizer nós temos um pré-candidato à presidência da República. Isso legítima o partido para discutir com os demais partidos, que se colocam no campo da socialdemocracia, ou liberais democratas, uma alternativa para enfrentar a polarização, que ainda é uma realidade. O Dória deixou claro, antes  e depois das prévias, que está aberto a  conversar.  

Minas Gerais é um estado muito importante para eleger um presidente. Tem tucano falando em apoio à reeleição do governador Romeu Zema. Como será a campanha no Estado? 

De fato, o PSDB, desde o primeiro momento, embora tenha disputado a eleição com Zema, não tínhamos e não temos divergências programáticas significativas com Zema. Embora Zema tenha uma visão mais liberal e o PSDB tenha um pouco mais de viés social, nós nos encontramos no espírito democrático, e mesmo quando eu ainda era presidente estadual do partido,  quando nós anunciamos, é desde o primeiro momento, que iríamos  ajudar o governador Zema nessa missão de reconstruir  Minas, que vinha de uma situação trágica com o PT. O PSDB está fazendo isso até hoje, o  partido é base na Assembleia Legislativa. Eu e outros colegas temos nos empenhado em apoiar as ações do governo do estado. Agora começa uma nova discussão. Obviamente, a partir agora do início do ano que vem, começa a se definir qual projeto  para um novo mandato, como o Zema enxerga isso, quais são as alianças, e nós do PSDB teremos que fazer também essa reflexão. Tudo ainda está por ser definido. O partido pode ter candidato próprio? Pode. O partido pode fazer uma aliança com o governador Zema? Preservar essa aliança que temos hoje, que não é uma aliança formal, ou partidária, porque fomos adversários na eleição, mas tem sido uma aliança na prática. Pode agora formalizar, mas esse é um aspecto que terá que ser discutido. É preciso que se avance para discussões mais concretas, e é claro que isso terá que levar em conta o nacional. Como conciliar um projeto por Minas e para o Brasil? 

A desistência de lançamento de candidatura própria pode prejudicar a candidatura de Dória? 

Depende de como seria é a campanha do governador Zema ou de quem é vem a ser um contrato com o PSDB se aliar em Minas. Não existe hoje uma aliança formal, embora exista uma aliança natural de trabalho e algo até muito significativo. O vice-governador que é uma pessoa que eu admiro, que eu respeito, filiou-se no PSDB e é obviamente essa filiação por si só não oficializa uma aliança para as eleições do ano que vem. Mas ela sinaliza  uma aliança  para o ano que vem. É claro que além dessas afinidades regionais, temos que ter uma harmonia para a disputa pela presidência da República. Não consigo imaginar o vice-governador em um palanque e o governador em outro. Não consigo imaginar isso dessa forma. Será necessário que se aprofunde essa discussão  é ou tenhamos um ambiente de harmonia para nos posicionarmos com relação  ao futuro,  ou tenhamos a liberdade de cada um buscar o seu caminho.  

O PSDB de Minas está nas mãos do Aécio Neves e vai depender da decisão dele para o partido tomar? 

Não podemos dizer isso de forma alguma. O PSDB nunca teve dono e essas eleições provaram isso, que o PSDB não é um partido que tenha dono. No dia em que sentir que o PSDB tem dono, só tem uma coisa que me faz sair do PSDB: se eu sentir que o PSDB passou a ter dono. Sou fundador, e acho que eu entrei antes do Aécio. O Aécio tomou partido do Eduardo e perdeu a eleição, do ponto de vista nacional. Espero que ele possa incorporar a posição majoritária do partido, que é um partido nacional. A apuração é nacional  e está decidido e não há, no meu entendimento, de querer  fazer essa de visão regional. Que o Aécio tem influência interna no PSDB, pela sua liderança e pela sua história,  é reconhecido que tem, mas não é ele que decide. Assim como tem aqueles que são admiradores do Aécio, tem aqueles que que não tem por ele a mesma estima. Nós não podemos ficar refém disso. O partido tem que é saber valorizar  o Aécio, sim, mas não podemos ficar submetidos ao pensamento dele não como deve estar submetido ao pensamento de nenhum outro dos seus representantes.  (Foto reprodução internet)

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