Delegações estrangeiras aproveitaram a vinda ao Brasil para participar da COP30 em Belém, no Pará, para fazer turismo pelo país. Apesar da distância de 2.676 km, que separam Belém de Ouro Preto, a cidade histórica mineira despertou o interesse de alguns turistas muito especiais, segundo o prefeito da cidade, Ângelo Oswaldo (foto/reprodução internet). O rei Carl XVI Gustaf e Sílvia da Suécia foram alguns desses turistas ilustres, que aproveitaram das riquezas culturais e gastronômicas da cidade, que também oferece uma boa infraestrutura hoteleira, com destaque para o Vila Galé, inaugurado no início do ano. Mas Ouro Preto, segundo Ângelo Oswaldo, tem muito mais a oferecer nos seus 12 distritos.
O senhor disse que o Vila Galé, mudou o perfil da hotelaria na cidade. Como que está o turismo em Ouro Preto?
O turismo está em alta em Ouro Preto. Nesses dias mesmo, o rei e a rainha da Suécia visitaram Ouro Preto, em uma viagem particular. Uma viagem privada, assegurada pela polícia federal, mas com muita discrição. Isso mostra o interesse que Ouro Preto provoca no mundo inteiro. Os fluxos turísticos estão cada vez mais densos. O Museu da Inconfidência foi visitado no ano passado por 360 mil pessoas, uma média de mil pessoas por dia. Grandes fluxos de turista se dirigem à Ouro Preto, tanto à cidade, quanto aos nossos distritos. Ouro Preto é grande, tem 12 distritos e quase todos eles estão cheios de atrações turísticas. Lavras Novas é um ponto que já é referencial do turismo no Brasil. Santo Antônio do Leite, Cachoeira do Campo, Santa Rita de Ouro Preto, Santo Antônio do Salto, Antônio Pereira, Amarantina. Por toda parte nós vamos encontrar atividades e lugares turísticos atraindo fluxos cada vez maiores. Isso é muito positivo.
A cidade tem infraestrutura para receber bem?
Nós temos um parque hoteleiro consistente, grande número de restaurantes. A produção do artesanato é enorme. O nosso patrimônio não é só material, ele é também imaterial, tanto pelas atividades da cultura popular, do folclore e das tradições religiosas, também pelo patrimônio imaterial da comida, da gastronomia ouro pretana. A nossa goiabada de São Bartolomeu, foi declarada patrimônio imaterial pelo modo de fazer essa goiabada e agora a jabuticaba de Cachoeira do Campo já tem uma denominação geográfica. O arranjo produtivo local de jabuticaba é grande. Nós vamos ter a grande festa anual da jabuticaba. É a 37ª festa da jabuticaba, porque há uma movimentação muito grande em torno dessa pérola negra de Ouro Preto. Tudo que sai da jabuticaba, dos temperos às geleias e a própria fruta, que é essencialmente brasileira atrai o turista. Então, o turismo em Ouro Preto vem muito bem com todas essas ondas de sucesso tanto na cidade quanto nos distritos.
A cidade não foi contaminada pelo extremismo político? Ouro Preto politicamente está pacificada?
Em Ouro Preto, sempre o presidente Lula venceu as eleições, venceu muito bem. Na última eleição venceu muito bem. Eu creio que na próxima ele também terá um será uma vantagem muito grande. O candidato Kalil também venceu em Ouro Preto, o que mostra uma tendência do nosso eleitorado, que sempre foi um eleitorado mais esclarecido, mas mais avançado. Nós somos uma cidade do passado, mas a antena do futuro. Uma cidade universitária, uma cidade operária. É uma cidade de mineração e da cultura, da educação, da ciência e da tecnologia. Mas nós também temos uns polos de produção, de agricultura familiar, de artesanato. Termos um grande funcionalismo público, tanto federal pela Universidade Federal de Ouro Preto, no Instituto Federal, o Museu da Inconfidência, a Casa dos Contos, uma rede estadual de ensino, que, felizmente, estamos conseguindo preservá-la, porque o governo do estado quer acabar com a rede estadual. Mas as escolas de Ouro Preto se mantêm. Cidade vai muito bem. Acho que essa posição política de Ouro Preto mostra que é uma cidade civilizada.
