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Questões que o país tem que resolver

Paulo César de Oliveira
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O Brasil tem questões sérias e graves para resolver, tanto para ajudar a alimentar o mundo, quanto para ajudar a salvar o planeta com a preservação do meio ambiente. Dono da maior reserva ambiental e da maior floresta tropical do planeta, o país causou comoção e revolta com a morte do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Philips, assassinados no Vale do Javari, na Amazônia. Conhecedor das causas brasileiras, o ex-ministro Alysson Paulinelli (foto), que é conselheiro do governo Bolsonaro, fala sobre as questões que abalam o Brasil, em especial da ausência do Estado e do avanço das facções criminosas.

Há uma preocupação mundial em relação a falta de alimentos. O Brasil consegue suprir parte dessa demanda?

O mundo está com falta de alimentos. Infelizmente o Brasil teve duas safras que foram frustradas. Nós perdemos quase 100 milhões de toneladas, isso causou escassez, como causou na década 1980 até 2000, quando nós tivemos um período como esse: não havia atendimento da demanda. Alimento quando falta, ele explode o preço. O mundo passou fome e nós estamos vendo a ampliação da fome no mundo. Isso preocupa a todas as lideranças e o principal disso, se em 1970 e 1980 Brasil fez a grande modificação e começou ajudar a abastecer esse mercado, hoje o Brasil é o único país capaz de fazer isso. Nós temos toda a atenção. O brasileiro precisa de reconhecer seu potencial. Precisamos de prestigiar ministros novos, competentes como esses que surgem para que eles cumpram essa missão. Isso é fundamental para o mundo. Para nós no Brasil, é evidente que é muito ruim, porque o Brasil também está com um aumento de fome e miséria hoje.

Voltamos à década de 90, nós retrocedemos no combate à fome?

Exatamente. Por outro lado, nós precisamos baixar essa inflação, que hoje não é só brasileira. A inflação é mundial e a grande preocupação que nós temos é que só o alimento vai ser capaz de dar o sinal de baixa dessa inflação internacional. Imagina que os Estados Unidos estão com quase 20% de inflação. Isso para eles é um absurdo e não adianta, porque eles não têm condições de produzir o que o mundo precisa. Quem tem condição de atender essa demanda é efetivamente o Brasil. Por isso, o Brasil tem que ser prestigiado e nós prestigiarmos os nossos mestres que estão lá no comando hoje.

O senhor já foi ministro, conhece bem os problemas do Brasil. É conselheiro do presidente está vendo esse problema na Amazônia, que está à mercê de grupos criminosos. O Brasil merece a Amazônia?

O Brasil é o dono da Amazônia e tem que comandá-la. Não tenha dúvida que ela é hoje o grande referencial por uma razão muito simples: a Amazônia é o maior celeiro biológico do mundo, porque o que ela guarda ali dentro vai virar ciência, tecnologia, desenvolvimento sustentável para o mundo em alimentação, em locomoção, em energia. Pode ter certeza disso. Nós não podemos abrir mão da Amazônia nunca.

Mas o Brasil está abrindo deixando a violência dominar a região?

Isso sempre teve. Não é fácil conter. O Brasil tem que investir em tecnologia para que uma árvore em pé valha mais do que uma árvore deitada. Se o país fizer isso, já vai ganhar metade dessa guerra. Não vai precisar colocar nem polícia nem Exército para sustentar e segurar o desmatamento da Amazônia. Isso será natural. Isso não se faz de uma hora para outra. Se na década 70 nós não imaginávamos que a agricultura tropical ia dominar o mundo e dominou, por que que nós não vamos dominar uma nova etapa de desenvolvimento? (Fotos reprodução internet)

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