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Saraiva admite que MDB mineiro está desesperado buscando uma saída

Paulo César de Oliveira
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Deputados do MDB têm varado as madrugadas buscando alternativas para reconstruir a legenda em Minas e garantir a sobrevivência das bancadas estadual e federal. Com a destituição do diretório estadual, entra uma nova Executiva, nomeada pelo diretório nacional. O deputado federal Saraiva Felipe (foto) foi indicado para conduzir o processo, que para ele é uma atitude desesperada para a sobrevivência dos mandatos parlamentares.

 

A partir desta segunda-feira o vice-governador Antônio Andrade já não será mais presidente do diretório estadual do MDB, com a sua destituição do cargo. O senhor vai assumir o comando do partido?

Só para esclarecer, não sai pela destituição, porque ela aconteceu com a renúncia da metade do diretório estadual, dos titulares e dos suplentes. Com a renúncia não existe mais o diretório, nem a Executiva e só a direção nacional é que vai nomear um grupo de pessoas, um deles o presidente e o vice-presidente, para poder rearticular o partido em Minas Gerais, que se autodissolveu.

 

Quais são os próximos passos. A partir de agora, qual o caminho que o partido vai tomar?

Nós vamos começar a conversar com todos os partidos que nos procuraram para poder tomar um rumo, montar uma chapa que garanta a eleição e reeleição de deputados. Vamos organizar a convenção, para que, aí sim, escolhermos o diretório definitivo, porque nós vamos formar uma comissão provisória.

 

Existe a possibilidade de o MDB se alinhar novamente ao PT, como defendem alguns deputados federais?

Tem um problema nessa história aí. Imagina a situação: os deputados federais atuais, todos, votaram para cassar o mandato da Dilma. E no palanque nós vamos pedir voto para ela? Ela fazendo o discurso do golpe e os “golpeadores” juntos no palanque. Não fica difícil? Imagina em um comício em que esteja eu e o João Magalhães, como é que faz? Nós vamos fazer é conversar para montar a melhor chapa. O que está por trás disto é o desespero federal, eu inclusive, e da bancada estadual, para ter uma saída de composição para que nós possamos nos reeleger e eleger mais gente.

 

Qual seria o melhor caminho, nesse caso?

Vamos pegar chapa por chapa, vou procurar o Anastasia e perguntar qual é a sua chapa de deputados estaduais e federais, quais os partidos estão com você. Rodrigo Pacheco, quais são os candidatos a deputados estaduais e federais? A que tiver uma situação melhor nós vamos compor. Vamos fazer a mesma coisa com Marcio Lacerda e, também não vou me negar a conversar com o PT, lembrando que tem as dificuldades, que não sei como sair delas.

 

E a candidatura própria?

A candidatura própria vai acontecer desde que ela se viabilize, senão será a anti candidatura, ou candidatura laranja.

 

As duas pré-candidaturas, do vice-governador Antônio Andrade e do presidente da Assembleia Legislativa, Adalclever Lopes, não são viáveis?

Como elas estão postas hoje, não. Precisaria ter o apoio de outros partidos para se viabilizar. O risco é o de os dois levarem até o final as candidaturas próprias e não conseguir montar uma boa coligação, uma boa chapa de deputados estaduais e federais e acontecer o que já aconteceu no partido, de nós termos cinco deputados federais e elegermos só dois ou três. Temos 14 deputados estaduais e elegermos seis. Isso é que é a tragédia maior. Hoje o que buscamos não é mais o partido, são as coligações. É possível, por exemplo, irmos com Marcio Lacerda? Ele tem que definir se a prioridade é ser vice do Ciro ou governador de Minas. Ele é um bom candidato, mas tem que se definir. O nosso problema é que quem estava conduzindo o processo era o Toninho Andrade e não o Adalclever e ele estava mantendo uma candidatura, mas não estava nos mostrando que coligações ele faria, dentro desses partidos, quais eram as listas de candidatos a deputados federais e estaduais. Na verdade, esta é uma atitude desesperada para a sobrevivência dos mandatos parlamentares.

 

Amanhã haverá uma reunião para definir os rumos do partido?

Nós vamos reunir os sete membros dessa comissão formada pelos deputados federais Leonardo Quintão, Newton Cardoso Jr e eu e os estaduais Leonídio Bolsas, Iran Cardoso, Tadeu Leite e João Magalhães. Nós vamos retomar a estrutura formal do partido, retomar a vida burocrática do partido.

 

O vice-governador Antônio Andrade estava falando em entrar na Justiça. Isso pode emperrar o processo?

Não, porque a renúncia é um ato unilateral, como o suicídio. Com a renúncia dos membros do diretório, não existe mais o diretório. É uma tentativa desesperada de conter o processo, ele pode fazer o que quiser, mas sem chance.

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