“Afonso de Sousa e Dona Ana Pimentel na formação do Brasil”. A mostra, que ocupa o segundo andar do museu, do Espaço do Conhecimento da UFMG, suscita questões sobre o papel do militar e explorador português, a importância histórica atribuída à sua passagem pelo Brasil e a administração da colônia feita pelo casal, instigando a reflexão sobre as construções sociais e mitos que o envolvem. As visitas podem ser feitas de terça a domingo, das 10h às 17h, e às quintas-feiras, das 10h às 21h. A entrada é gratuita. O museu fica na Praça da Liberdade, 700. O grande destaque da mostra é o testamento do casal, datado de 1533 e doado ao Acervo de Obras Raras da UFMG em 1971. O documento, um dos poucos exemplares manuscritos da coleção da Galeria Brasiliana, trata das disposições finais de um dos primeiros capitães donatários do Brasil – ele fundou a vila de São Vicente, a primeira do Brasil – e de Dona Ana Pimentel, que também participou da colonização do país depois que seu marido foi transferido para a Índia, para ocupar o cargo de vice-rei. Com base no testamento, diferentes eixos temáticos serão analisados com os visitantes. O coordenador do núcleo de expografia do museu, René Lommez Gomes, explica que o legado deixado pelo casal pode ser compreendido por vários vieses. “Trabalhamos com o testamento do casal e com os frutos gerados por ele, as releituras feitas ao longo do tempo. Esse testamento foi a primeira peça comprada por Assis Chateaubriand para montar a Galeria Brasiliana – galeria que deveria inaugurar um museu de arte e história, similar ao Masp, em Minas, e que acabou desencadeando a campanha nacional dos museus regionais. Entretanto, assim que a coleção foi montada, as empresas de Chateaubriand entraram em colapso e não foi possível finalizar o projeto”. A coleção foi doada à UFMG em 1966.