Não posso me calar diante do tumulto e da irresponsabilidade que parece ter se espalhado nas condutas médicas e nas prescrições referentes à abordagem do coronavirus no Brasil. Há um mandamento estabelecido pelos Conselhos Regionais de Medicina, que medicamentos para serem prescritos por médicos têm de estar referendados pela Ciência e que tenham sido submetidos à pesquisa e tenham consensual aprovação dos especialistas da área médica obrigados a conhecer o alcance e a indicação de cada medicamento na sua relação com a doença. Sair fora desse perímetro é passível de punição por exercício de má prática podendo mesmo levar, em certos casos, à cassação do diploma e proibição do exercício da medicina. Todos sabemos que qualquer ação ou ato médico só pode ser exercido por profissional diplomado e registrado em um dos Conselhos Regionais de Medicina. Os conselhos têm o dever de fiscalizar e punir transgressões às práticas aceitas e devidamente chanceladas pela Ciência. Quando vejo noticiado pela imprensa fatos de extrema gravidade sem nenhuma repercussão nos tribunais ou por parte do judiciário, chegamos a conclusão que vivemos numa terra sem lei nem ordem. Tomemos um exemplo gritante e inacreditável de autoridades, que não respondem eticamente em por suas ações e nada entendem de saúde, prescreverem medicamentos ineficazes sem nenhuma comprovação científica para a população com coronavírus. Um exemplo é deixar a população sem oxigênio redundando em inúmeras mortes por sufocação, mesmo tendo sido previamente avisados dos riscos de falta de oxigênio. Esses comportamentos implicam em responsabilidade criminal. Aproveito para alertar que essa virose ainda é uma doença que tem o seu curso e percurso sujeito a variações imprevistas e perigosas. Ela é traiçoeira. Medicações não comprovadas podem levar à demora na tomada de ações enérgicas e urgentes. Tais atrasos podem levar ao agravamento da doença e mesmo à morte. Até agora já temos 216 mil mortos. Não dá para ser venal e conivente com esse absurdo. A única perspectiva para lidar e controlar o coronavirus são as vacinas e a sua ampla utilização na população. Um outro elemento importante, refere-se a seguir com seriedade as medidas de isolamento social e o uso constante de máscaras e de higiene com álcool gel. O Brasil tem um histórico de mobilização social com muito êxito, que foi a campanha contra o cigarro. Deveríamos repetir campanhas de esclarecimento da população e sua arregimentação no combate ao conoravírus, além de uma ampla experiência em vacinação em massa. Infelizmente, as autoridades perderam a eficiência e mostram -se incompetentes e desleixados no trato com a população.