Neste ciclo eleitoral, o Washington Post rompeu uma tradição de décadas ao decidir não apoiar oficialmente nenhum candidato à presidência, resultando na perda de 250 mil assinantes, cerca de 10% de sua base. O Los Angeles Times adotou a mesma postura e, também sofreu baixas, embora menores, nas assinaturas. A questão levanta um dilema: jornais devem ou não declarar apoio a candidatos? Na prática, independentemente da escolha, haverá críticas e desconfiança por parte dos leitores.
O chamado “endorsement” é comum na imprensa anglo-saxônica, mas muitos leitores interpretam essas declarações como sinais de parcialidade, mesmo que veículos de qualidade busquem separar o conteúdo informativo das opiniões editoriais. Ao endossar um candidato, a credibilidade do jornal pode ser questionada, com leitores acreditando que todas as notícias publicadas são influenciadas por esse apoio. No final, seja qual for a decisão editorial, parte do público sempre verá o jornal como parcial ou manipulador, um reflexo da polarização e desconfiança que marcam o cenário atual. (foto/reprodução internet)