Olhando o ambiente político no Brasil deixei o pensamento passear através dos tempos e descobri que Ortega y Gasset, há 95 anos, quando começou a escrever “A Rebelião das Massas”, parecia já não acreditar no homem fraterno. Enxergava a barbárie, a incivilidade, o homem-massa, em quem via o novo protagonista da vida pública. E lembrava Hegel, apocalíptico: “sem um novo poder espiritual, nossa época produzirá uma catástrofe”. E, também, apontava para Nietsche berrando num penhasco de Engadine, na Suíça: “vejo subir a preamar do niilismo”. Até parece alguém descrevendo o Brasil de hoje.