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A que ponto chegamos

Paulo César de Oliveira
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Como e por que chegamos à situação atual e como sairemos dela? Com que estado de espírito e consciência cívica nos dirigimos à urna eletrônica em 7 e 28 de outubro de 2018 e com que estado de espírito e de consciência cívica nos encaminharemos para a cabine de votação nos dias 2 e 30 de outubro de 2022? Constatada a vulnerabilidade do nosso país, o esfacelamento da administração pública federal e o risco de um colapso sistêmico, cabe-nos escolher entre a resiliência cívica e a rendição, a consciência crítica e a alienação, o voo cego e o projeto de país, a civilização e a barbárie, a transparência e a opacidade, a demolição e a reconstrução, o humano e o desumano. Que o nosso voto seja um ato consciente e consequente. De olho em 1º de janeiro de 2023 e com esperança num futuro melhor que o presente. Num Estado de que o Brasil precisa e funcione. Já 

Pós-graduação em corrupção

Os políticos que em décadas passadas cursavam o ginásio na escola da corrupção, hoje são pós-graduados. Descobriram o quanto podem desrespeitar o povo brasileiro e que sempre terão um recurso legal para livrá-los de todo o mal, amém, com a cumplicidade do alto escalão jurídico que se apossou das instâncias superiores. Como vivi naquela época e continuo vivendo nesta, continuo aplaudindo o papel da imprensa, que hoje foi aperfeiçoado em escala escandalométrica maior. Contudo, proporcionaria apenas conforto. O povo brasileiro está perdendo sua capacidade de se escandalizar, de fazer piadas e compor modinhas contra esta praga da corrupção que se alastra sob o manto da legalidade. 

Clima eleitoral

O pessimismo induz o eleitor a se afastar dos políticos, que, indistintamente, ganham a pecha de “ladrões e corruptos”. Os perfis populistas e messiânicos é quem levam a melhor, ao sintonizarem a linguagem com a imprecação popular. Não por acaso, o chavão “bandido bom é bandido morto, lugar de bandido é na cadeia”, toca forte no coração das massas. Uma vitória do Brasil na Copa do Mundo seria uma catarse. E a catarse, com suas vertentes de emoção, vibração, êxtase e felicidade, acaba purgando pecados acumulados. Trata-se de uma formidável estrutura de consolação da sociedade. (Foto reprodução internet)

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