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A realidades dos municípios da RMBH

Paulo César de Oliveira
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A prefeita Vespasiano, Ilce Rocha (foto), que também preside a Granbel, que congrega 34 municípios, ressalta que o momento é de trabalhar no coletivo, com ações para vencer as dificuldades, onde até a medicina está se reinventando. Esses municípios já realizaram vários encontros junto ao governo do Estado para enfrentar esses desafios, alinhando as ações entre os municípios para diminuir os impactos da pandemia. Ela disse acreditar em um momento melhor a partir do segundo semestre, com o avanço da vacinação. Um dos principais setores que sofreram foi o de transporte público, com ônibus lotados e as empresas de transporte também passando por uma grave crise. Outro desafio enorme, segundo ela, é a volta às aulas. Tudo é muito complicado, segundo a prefeita Ilce Rocha.

Plano de recuperação

O prefeito de Nova Lima, João Marcelo Dieguez Pereira, vive hoje uma situação econômica positiva. A alta do minério e do dólar fortaleceram a capacidade de investimento do município. Durante a pandemia, João Marcelo disse que foi criado um Plano de Recuperação, que passa pelo auxílio emergencial do município para família em situação de extrema pobreza, linhas de crédito municipal para atender a pequenos empresários, flexibilização de taxas e a construção do retorno seguro das aulas presenciais, que está voltando aos poucos e que devem acontecer efetivamente em agosto. Processo, segundo ele, que é aprimorado dia após dia, com os ajustes necessários. A vacinação tem sido uma prioridade, com aplicação imediata das vacinas. O município está com o processo de testagem em massa para evitar o contágio. Além disso, foram criados 10 leitos de CTI exclusivos para a Covid-19 e três leitos clínicos. Os maiores desafios da cidade, no entanto, estão na área de mobilidade urbana. João Marcelo disse que a cidade tem alguns gargalos que precisam de solução. Outros aspectos que estão merecendo a atenção do município são os da diversificação econômica e o grande déficit habitacional. O plano diretor da cidade está defasado e está sendo revisado. Estão sendo estudadas todas as vocações da cidade, que é territorialmente muito grande. O plano é buscar o ambiente ideal de negócios. Um plano viário moderno também é prioridade. Atualmente o acesso de Belo Horizonte a Nova Lima é pela BR-050. Está sendo estudada a criação da avenida de integração até a Lagoa dos Ingleses, o asfaltamento da estrada entre Nova Lima e Sabará e o acesso a Belo Horizonte pelo Taquaril. No Vila da Serra, João Marcelo ressalta que é preciso solucionar esse gargalo, que está sendo discutido com o prefeito Alexandre Kalil e com o governo do Estado. O procurador-Geral do Estado, Jarbas Soares Jr, também já está mobilizado nesse sentido, o que o deixa otimista em relação ao avanço desse projeto. A expectativa é a de que no segundo semestre o município consiga voltar ao mais próximo da normalidade.

Mineração e ecoturismo

O prefeito de Conceição de Mato Dentro, José Fernando Aparecido de Oliveira, que também é presidente da Associação de Municípios Mineradores de Minas e do Brasil, está otimista e garante que o futuro é agora. Ele lembra o DNA da mineração no estado, mas pondera que o minério de ferro não tem deixado um legado positivo após os desastres em Brumadinho e Mariana. Essas tragédias deixaram claro, segundo ele, a necessidade de se investir na economia verde. A sustentabilidade passou a ser uma obrigação do mercado, das empresas e dos órgãos públicos como um todo. Outra bandeira defendida por ele, é que para o melhor desenvolvimento para Minas Gerais seria acabar com o benefício para a indústria chinesa e passar para as indústrias mineiras. No seu entendimento, a Lei Kandir está beneficiando a cadeia da indústria na China, que melhorou a sua infraestrutura ferroviária e se desenvolveu. Esses recursos poderiam estar aqui e Minas deveria fazer o mesmo, investir nas ferrovias e no desenvolvimento. José Fernando disse que Conceição do Mato Dentro é atualmente o maior produtor de minério de Minas e do país, e é a capital do ecoturismo. Mas ressalta que não existe desenvolvimento sem industrialização, lembrando que o estado produz 77% do ferro gusa e as distorções que existem atualmente precisam ser revistas. Ele disse que está trabalhando no ecoturismo e se preparando para o fim da pandemia para receber o turista. Os principais destinos turísticos do município, as pousadas, estão se preparando para retomar as atividades após a pandemia.

Minério não tem duas safras

O prefeito de Ouro Preto, Ângelo Oswaldo, iniciou as participações na live Fórum de Minas, avisando que “minério não dá duas safras e é preciso usar os recursos para a diversificação da economia”. Ouro Preto, como o próprio nome diz, é produtora de ouro, bauxita e minério de ferro, cidade universitária e centro turístico, é a Coimbra brasileira. É uma cidade com áreas de preservação, sendo rio das Velhas, nasce no parque das Andorinhas. A cidade é um patrimônio mundial. O seu entorno cresceu mal, e estão buscando trazer o controle e a requalificação do espaço urbano. Prefeito quatro vezes, encontrou novamente um lixão, vários empreendimentos fechados. Está recolocando a cidade nos trilhos, vai inaugurar no segundo semestre um polo empresarial em Cachoeiro do Campo, com perspectivas positivas em outros distritos, criando o polo minerador e um polo empresarial junto à BR-040. Aproveitando os recursos da CFEM, Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais para avançar com esses projetos. Ângelo Oswaldo, assim como o prefeito José Fernando, é um crítico da Lei kandir, considerada por ele como um absurdo pois prejudica Minas Gerais e os municípios mineradores. Ele defende que essa discussão seja feita para corrigir as distorções que tem causado prejuízos para as comunidades. Assim como o que acontece em todo o país, Ângelo Oswaldo disse que a pandemia tem causado prejuízos, inclusive em relação ao turismo. Um dos problemas enfrentados por Ouro Preto, que é uma cidade muito procurada, é em relação aos turistas que vão à cidade sentindo-se desobrigados a usar máscara e a manter a postura adequada devido a pandemia da Covid-19. São dificuldades, segundo ele, que não tem impedido a cidade de manter algumas tradições como a Semana Santa, que nesse ano foi virtual, como o do Dia 21 de Abril. Há uma efervescência cultural na cidade online. O turismo, segundo ele, é o maior empregador e a mineração dá a maior receita. Ele disse que a cidade está conseguindo superar os obstáculos “e o importante, agora, é vacinar contra a Covid e contra a ignorância”.

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