A candidatura de Romeu Zema (foto) em 2022 para tentar a reeleição, é um fato político consolidado. O seu partido, o Novo, antes contra o processo de reeleição, se curvou `a realidade e não cria mais dificuldades para as pretensões eleitorais do governador, convencido de que quatro anos, como pregava Fernando Henrique quando defendia o direito à reeleição, é um período curto para se conseguir implantar um projeto que exige grandes mudanças legais e de comportamento da sociedade. Zema assumiu o governo sem conhecer a realidade do Estado e acabou se deparando com sérios problemas financeiros e administrativos – como atrasos salariais e uma enorme dívida com fornecedores. Só agora, em seu terceiro ano de mandato, conseguiu colocar um pouco de ordem para tentar executar alguns de seus projetos, inclusive um programa de obras pelo estado. Mesmo com todas as dificuldades, fruto de má gestões anteriores, Zema tem uma boa avaliação popular, o que animou seus correligionários a estimularem sua candidatura. Pesquisas de opinião realizadas para “consumo interno”, apontam o governador com uma aprovação de 65% no interior do estado, o que o credencia a buscar a reeleição. Ele e seus apoiadores sabem, no entanto, que para viabilizar sua reeleição Zema vai precisar de marcar mais presença na capital, buscando anular um pouco a força política do prefeito Kalil, um potencial candidato ao governo estadual pelo PSD. Kalil foi reeleito prefeito em 2020 com 68% dos votos dos belorizontinos e mantém alto índice de aprovação. Zema terá que agir, e quanto mais rápido o fizer, melhor para suas pretensões, para estruturar uma base de apoio político à sua candidatura. Sua eleição em 2018 foi uma surpresa e representou o desejo de mudança da população, que buscou a renovação, embalada especialmente no discurso de Bolsonaro. Zema agora terá que buscar outras alternativas de apoio. Seus últimos posicionamentos mostram um distanciamento maior do presidente, o que pode sinalizar um alinhamento com a candidatura de seu partido, que já fez o pré-lançamento de João Amoedo que tenta se consolidar como alternativa de centro-direita. Na política interna o governador busca uma maior aproximação com a Assembleia, na tentativa de formar a sua base de apoio eleitoral e aposta num boom de obras em todo o estado com recursos do acordo com a Vale, e na melhoria da economia com a implantação de vários projetos que seu governo conseguiu atrair para Minas nos últimos meses.