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A tragédia ampliada

Paulo César de Oliveira
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No meio da dor dilacerante e de lama de todas as espessuras espalhada, vai-se constatando algo mais preocupante: como é que o estado e seus representantes conviveram, por décadas, com tanta improvisação e desentrosamento entre esferas e áreas de atuação do setor público, no lidar com a dinâmica e a trajetória de exaustão daquela que é a principal atividade econômica do estado. Fica evidente o poder e a influência da companhia na vida de mineiros de mais de 100 municípios e o vazio da não existência de nenhum plano de contingência e de operação de longo prazo minimamente de consenso entre empresa e governo. A Vale, fria e assertiva na busca de resultados, sempre tirou partido disso, operou todas as contradições encontradas e conduziu a sua agenda como sempre bem quis. Há muito, os governos estaduais (não se pode cobrar do recém empossado Romeu Zema) se contentaram com o superficial e não discutiram na mesa para valer o que realmente interessava: o futuro da Vale no estado e o que essa poderia contribuir efetivamente à fundamental reciclagem de suas atividades mitigando impactos nos municípios e na economia regional. Agora é tarde. A centrífuga da tragédia de Brumadinho é quem ditará os próximos passos em ambiente de enorme comoção e voluntarismo. 

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