É cada vez maior o número de denúncias de crimes relacionados a discriminação racial no Brasil. Segundo o Atlas da Violência de 2019, 75,5% das vítimas de assassinato eram indivíduos negros. A taxa de homicídios de negros por grupo de 100 mil habitantes foi de 43,1%, ao passo que a de não-negros (brancos, amarelos e indígenas) foi de 16%. Pensando nisso, oito advogados se uniram para oferecer atendimento gratuito às vítimas de discriminação racial, criando o projeto Respire – Advocacia Antirracista. “Esse projeto nasce de uma inquietação pautada por minha vivência enquanto homem negro e advogado. Pertencer a uma minoria é algo que está indissociavelmente atrelado a quem eu sou, minha condição existencial, razão pela qual venho me dedicando há certo tempo ao estudo de questões raciais, sobretudo no que isso se relaciona com o Direito”, pontua Carlos Santos, idealizador do projeto. Os atendimentos, por ora, se restringem aos estados de Minas, Bahia, São Paulo e ao Distrito Federal, mas a ideia é ampliar para todo o país.