Os 65 anos da Cemig foram comemorados ontem, em clima de apreensão em relação ao futuro da estatal, criada no governo de Juscelino Kubitschek. O governador Fernando Pimentel não compareceu no evento preparado para marcar a data, mas, em mensagem lida pelo secretário da Fazenda José Afonso Bicalho, falou que a empresa está sob forte ameaça, e que é urgente preservar a Cemig. “Os compromissos que assumimos estão sendo cumpridos, talvez não no tempo que gostaríamos, mas a maior urgência que temos é de preservar a Cemig em Minas Gerais como patrimônio dos mineiros e das mineiras. A Cemig está, mais uma vez, sob forte ameaça. Se essa não for a prioridade maior da agenda do governo, empregados, sindicatos e empresa, os verdadeiros adversários da Cemig vencerão. O desafio é imenso”. Entre os desafios da Cemig estão o de reduzir o endividamento, manter os investimentos de R$ 1 bilhão para levar luz a 200 mil pessoas que ainda não contam com o serviço e manter os serviços das usinas de São Simão, Jaguara e Miranda. As três usinas foram atingidas pela MP 579, editada no governo Dilma, que estabeleceu um novo regime jurídico para as prorrogações de concessões no setor elétrico. Pimentel lembrou que as ações da Cemig tiveram uma queda de 42% nos últimos dias.
Diálogo difícil
O presidente da Cemig, Bernardo Alvarenga, reclamou que na defesa das usinas de Jaguara, São Simão e Miranda. “nem a porta aberta à negociação como proposta do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) quis o governo federal transpor. Guiados pela ética e pelos ideais de justiça e de bem servir ao povo mineiro, combateremos em todas as arenas e em todas as esferas, como de fato já temos feito”, reclamou Bernardo Alvarenga (foto). Ainda assim disse que “continuaremos abertos ao diálogo, mas firmes àquilo que as leis do direito e o contrato de concessão nos assegura. Essa é uma luta real, indispensável, é a luta pela vida dessa empresa”.