A transformação digital da aviação avança a passos largos e, silenciosos. O que antes era um ritual quase litúrgico do viajante moderno, com filas, documentos e balcões, agora cede lugar a um processo automatizado que começa com a compra da passagem e termina… sem terminar. A Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO) propõe o “journey pass”: identificação biométrica, atualizações em tempo real e autonomia total do sistema sobre o passageiro. O rosto vira passaporte. Empresas como British Airways e Finnair testam a novidade; aeroportos na Europa já reconfiguram seus equipamentos. O setor investiu US$ 46 bilhões em tecnologia só em 2024. Um avanço inegável, mas que carrega a marca do dilema contemporâneo: mais eficiência, menos fricção — e, talvez, menos privacidade. Afinal, o que parece inovação pode ser apenas vigilância com melhor usabilidade. (Foto/reprodução internet)