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Cidade vitrine

Paulo César de Oliveira
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Em dezembro de 2019, a Organização Mundial de Saúde anunciou a pandemia. Em fevereiro a prefeitura começou a se mobilizar, segundo o secretário de Saúde de Belo Horizonte, Jackson Machado (foto), o que permitiu a tomada de decisões para evitar o avanço da doença. Durante a sua participação no Conexão 20/21, evento promovido pela VB Comunicação, o secretário disse que as parcerias com a Unimed e redes privadas, através de doação, foram extremamente importantes. Um exemplo foi a plataforma para tele consulta, cedido pela Unimed. Nesse momento tenso, ficou a compreensão, segundo ele, de que só com a solidariedade é possível avançar em uma situação como a vivenciada no mundo, na luta contra um organismo altamente infeccioso. A prefeitura investiu R$ 1 bilhão na saúde, durante a pandemia. Foram inúmeros problemas para a compra de insumos e um problema gravíssimo com insumos para intubação. A vacinação na cidade tem permitido a volta das atividades presenciais e a volta ás aulas presenciais. A partir de outubro BH passa a ser o primeiro município brasileiro a ter todo atendimento de saúde digital, o que implica na redução de gastos, agilidade no atendimento e aumento nos procedimentos. Esta, segundo o secretário, será uma grande aquisição para a cidade. Uma parceria com a Vale permitiu o uso de drones para avaliação dos focos de contaminação da dengue e lançamento do larvicida nos locais necessários, o que Jackson Machado diz que tem sido extremamente eficaz. Outro projeto, iniciativa da OMS, consiste na disseminação de mosquitos com uma bactéria que impede a proliferação de doenças como dengue, zika, Chikungunya é possivelmente a febre amarela. Belo Horizonte está se tornando uma vitrine com essas ações, segundo Jackson Machado, que tem recebido delegações de cidades de outros estados para conhecer esse trabalho e as parcerias desenvolvidas na cidade.

Reestruturação e governança

Os anos de 2020 e 2021 têm sido anos desafiadores, segundo a vice-presidente Assistencial e Operacional da Rede MaterDei de Saúde, Márcia Salvador, com mudanças nos protocolos e com muitas mudanças na Rede. Houve uma reestruturação de governança, serviço compartilhado, investimentos em inovação, informatização e tecnologia da informação. Em junho e agosto do ano passado houve um pico da doença. Mas o estresse maior foi em abril e março desse ano. Além de todo o trabalho realizado para o atendimento aos pacientes, foi dada uma atenção especial aos funcionários da Rede, que precisaram de uma atenção especial devido a gravidade e a tensão causada pela pandemia. Equipes também se mobilizaram para atender as famílias devido ao isolamento. Além de todo esse trabalho envolvendo a crise sanitária, a Rede MaterDei de Saúde também abriu o seu capital e ampliou a sua Rede em Salvador e Belém do Pará.

Importância da vacinação

Em janeiro de 2020 já ficamos atentos devido ao caso de um paciente com sintomas parecidos com o da Covid-19. Hoje há mais segurança para o uso dos equipamentos de proteção, mas ainda é preciso caminhar muito segundo o Infectologista e médico cooperado da Unimed-BH, Adelino de Melo Freire. Ainda não se sabe quantas pessoas precisam ser vacinadas para vencer a doença, porque a transmissão continua acontecendo de forma razoável. Ele acredita que será necessária a vacinação no ano que vem. De qualquer forma, na sua opinião, será preciso fechar esse ciclo de vacinação para que as pessoas tenham mais segurança.

Mudança de comportamento

Com uma visão de quem trabalha dentro do consultório, o cardiologista Marcos Andrade, presidente da Clínica Marcos Andrade, disse ter medo de médico pragmático. A doença tem se mostrado mais complexa do que se imaginava. No princípio houve uma informação intensa de que quem usava remédios para pressão morria mais rápido da Covid, causando tensão e muitos pararam de se medicar. O que mata é não usar. Marcos Andrade disse que a cada dia se aprende um pouco mais da doença, inclusive em relação aos seus reflexos vários meses após o paciente ter contraído o vírus. Ele alerta para a mudança de comportamento das pessoas. A reclusão não impediu o vírus de subir pelo elevador e, mesmo com todos os cuidados, as pessoas se contaminaram dentro de casa. Houve uma migração das pessoas para o interior, mas no seu entendimento, as pessoas ficaram mais exigentes com os cuidados médicos, passaram a se interessar mais pela saúde, pesquisar mais. Essa modificação forçou uma mudança também no comportamento do médico. Os médicos estavam acostumados a ouvir pouco o paciente e a pedir muitos exames, fazendo com que houvesse uma reflexão e os médicos passaram a confiar mais em seus diagnósticos. Segundo Marcos Andrade, quem fez curso de medicina foi o médico, não o aparelho de ressonância. Aproximar o médico do paciente para se fazer um diagnóstico, mostrou a importância dos consultórios como micro polos de atendimento. Na sua clínica, buscou-se o cuidado integral. A Covid é uma doença sistêmica, ela acomete todos os órgãos, por isso a necessidade de se fazer todos os diagnósticos.

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