A insistência do presidente Jair Bolsonaro no uso da cloroquina para o tratamento da Covid-19, mesmo contrariando a orientação da OMS, parece ter sua origem no Exército. O Exército alegou ao TCU que produzir cloroquina “seria o equivalente a produzir esperança a milhões de corações aflitos com o avanço e os impactos da doença no Brasil e no Mundo”. O ofício, assinado pelo comandante da 1ª Região Militar, General de Divisão Fernando José Sant’anna, enviado em 31 de julho ao TCU, e revelado ontem, mostra a forma cínica e descompromissada com que está se tratando a pandemia no Brasil. Uma empresa do Sul de Minas vendeu para o Laboratório Químico Farmacêutico do Exército dois lotes de insumos importados para fabricação da cloroquina por um valor 167% mais alto do que a mesma empresa tinha cobrado dois meses antes.