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Conexão 20/21

Paulo César de Oliveira
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O segundo e último dia da maratona de lives no Conexão 20/21, evento promovido pela VB Comunicação, focou a discussão em temas como saúde e solidariedade, educação e novas formas, consumo e serviço. O evento teve a sua base no Mercure Hotel, de onde os moderadores coordenaram as discussões. O diretor geral da VB Comunicação, Paulo Cesar de Oliveira; o diretor executivo do Grupo VB Comunicação, Gustavo César de Oliveira; a empresária e influenciadora digital, Bella Falconi e o escritor e investidor anjo João Kepler intermediaram as conversas entre autoridades, empresários e especialistas em diversas áreas em que são referência no país. O Conexão 20/21 tem o patrocínio do BMG- UpTec, Bossa Nova, Fiat, além do patrocínio Diamante da Andrade Gutierrez, Anglo American, drogaria Araujo, Sistema Faemg, Mater Dei, Multiplan, Super Nosso, Unimed-BH, Usiminas, mais o patrocínio Platina da CEMIG, CODEMGE, Medastream, SEBRAE, além do patrocínio Ouro do Aeroporto Internacional Belo Horizonte, BDMG/Governo de Minas Gerais, patrocínio Prata da Anglo Gold Ashanti, IBRAM, JAM, Ótimo, Pif Paf, UNIFIPMoc e apoio de HoPo, Yazo, Pessoa Comunicação, Mercure Hotéis, Fecomercio MG/Sesc e Fartura-Comidas do Brasil.

 

No Rio Grande do Sul um ano de dificuldades e sinais de redução da crise

Em sua participação na primeira etapa dos debates de ontem, segundo dia da maratona de lives para a análise dos efeitos da covid 19 e seus reflexos sobre o país, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, afirmou que a pandemia foi apenas um dos problemas enfrentados por seu governo este ano, lembrando que o estado já enfrentou em 2020 uma forte estiagem que destruiu parte da lavoura de soja, enfrenta agora enchentes e é ainda ameaçado por uma nuvem de gafanhotos que assusta os produtores rurais. Assim como o secretário de Saúde de Minas, Carlos Eduardo Amaral, o governador acredita que a crise sanitária atingiu o seu pico e que a tendência é uma redução gradual e consistente no número de casos em seu estado.

 

Melhor estrutura e mais qualidade nas informações

Os efeitos avassaladores da covid 19, com milhões de infectados no mundo e milhares de mortos- só no Brasil são quase 80 mil segundo as pouco confiáveis estatísticas oficiais-, vão obrigar as autoridades e os profissionais da saúde a aprofundar o debate de um tema que é fundamental para a operacionalização dos sistemas público e privado de saúde: gastamos mais cuidando da doença do que da saúde, com sérias consequências para a população. O tema debatido por médicos de diferentes especialidades na live da saúde, chamou a atenção para a necessidade do país ter estruturas hospitalares mais robustas, com uso da moderna tecnologia que permite seja oferecido ao cidadão um acompanhamento médico mais rápido e mais individualizado. A importância de que o cidadão tenha informação de qualidade- via canais oficiais- foi outra questão debatida, o que evitará a propagação de informações erradas que confundem e criam pânico e também o estímulo ao uso de medicamentos não recomendados pelas autoridades médicas.

 

A nova educação

De um dia para o outro a educação no país passou por um processo de mudança jamais imaginado. O mundo acadêmico precisou se reinventar e buscar soluções rápidas para se adaptar a essa nova realidade. A educação foi o tema principal dos debates na tarde de ontem no Conexão 20/21 e foi a reitora da UNIFIPMoc, Fátima Turano, que apontou as dificuldades enfrentadas por ela para garantir o cronograma curricular pela internet. Ela, e praticamente todo meio acadêmico brasileiro, não tinham experiência em ensino à distância e tiveram que reinventar a educação. Em praticamente dois dias, a área técnica e tecnológica da universidade desenvolveu e criou toda tecnologia e estrutura online. Fátima Turano também teve a experiência com a realização do vestibular em meio a pandemia do coronavirus, usando a tecnologia para romper a barreira criada pela pandemia

 

Usando a tecnologia de forma mais produtiva

No bloco desafios e oportunidades pós pandemia, a discussão ficou focada nas mudanças no ambiente escolar. A constatação é a de que a pandemia da Covid-19 conseguiu romper tabus e uma barreira em relação ao ensino à distância, que existe há 200 anos, e teve o efeito de um iceberg rompendo as dificuldades impostas, inclusive tecnologicamente, para que as escolas passassem a usar mais efetivamente a tecnologia. As mudanças tiveram que acontecer de forma rápida, quase instantânea para que atingissem a todos os níveis de ensino, da educação básica às universidades. A grande dificuldade está nos alunos mais pobres, que não possuem computadores eficientes e com o comprometimento com a aula virtual, fato que exige muita disciplina. Muitas escolas enfrentaram no primeiro momento e ainda enfrentam problemas com os pais para criar um ambiente que permita o avanço das matérias curriculares, principalmente com as crianças mais novas. A educação é transformadora, mas o Brasil se descuidou desse tema. Agora, o cenário pede novas respostas.

 

Mundo tem que se reinventar

A pandemia do Covid-19 fez o mundo parar e a ter que se reinventar através da ciência. A humanidade está dependente das vacinas, dos medicamentos e dos médicos. Chegou-se à conclusão de que a ciência é importante para o bem do planeta. O presidente da CNPQ, Evaldo Vilela, alerta, no entanto, que o Brasil é o país que mais exporta talentos, porque a ciência não custa barato. Temos boas universidades, mas não temos recursos e com isso, as mentes pensantes saem do Brasil para desenvolver os seus projetos. Isto é percebido no processo de desindustrialização do país e é uma ameaça ao nosso futuro, segundo o professor, que lembra que o Brasil compra a tecnologia da China porque não investe em seus cientistas e com isso estamos dando emprego lá fora. Ele alerta que precisamos de um plano e de recursos, porque as soluções do passado não servem mais.

 

Novas formas de comunicação

Todas as etapas da produção foram afetadas pelo coronavirus, inclusive em relação às marcas. O sócio diretor da Greco Design, Gustavo Greco, acredita que se mais de 70% das marcas deixassem de existir, ninguém sentiria falta delas. O que se pede atualmente é que as narrativas sejam simples e transparentes. O tratamento personalizado é outra característica dos novos tempos e para ele, a sensação que se tem é a de que foi preciso sair de casa para enxergar a rua.

 

Novo turismo

A cadeia do turismo foi uma das mais afetadas pela pandemia do coronavirus. O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antonio, agiu rápido, mas pelo menos 75 milhões de empregos no setor estão em risco no mundo. No Brasil foram fechados 275 mil postos de trabalho formais. Mais de 90% das reservas nos hotéis foram canceladas. Os empresários do setor foram incluídos nos programas do governo federal para minimizar os efeitos da crise e foram feitos esforços para ajudar o setor. Marcelo Álvaro Antônio acredita que no segundo semestre haverá uma retomada do turismo interno, com responsabilidade e seguindo os protocolos de segurança. Mas o cenário ainda é nebuloso para muitos empresários, que tiveram que se adaptar, como é o caso da aviação executiva, que chega em locais onde a aviação comercial não vai, além de passar a fazer o transporte de cargas biológicas e medicamentos, como tem acontecido com a Líder Aviação. O certo entre os empresários do setor é que enquanto a confiança das pessoas em todo o mundo não for reestabelecida, as viagens longas serão trocadas por roteiros em locais mais próximos.

 

Como serão os eventos presenciais

Shows, festivais, casamentos, festas e até o festival Comida de Buteco foram cancelados ou adiados devido a pandemia do coronavirus. A falta de perspectiva e de planejamento é o maior drama dos empresários do setor, que tiveram que paralisar totalmente todos os eventos sem data para retornar. Os prejuízos se acumulam, enquanto estados e municípios não definem quando será possível retomar as atividades. O certo é de que nada será como antes e a máscara será usada ainda por um bom tempo. Os restaurantes também passam por uma situação dramática. Se antes vendiam o almoço para pagar o jantar, com a pandemia o jeito foi o de se reinventar para conseguir manter os compromissos em dia: o sistema de delivery. Mas a percepção dos empresários do setor é de que a pandemia causou a crise em vários setores, mas houve também uma má condução em termos de política pública. Os recursos disponibilizados não chegam a quem precisa e os projetos políticos acabaram se sobrepondo à crise. Por outro lado, o brasileiro tem se mostrado solidário e tem ajudado onde o governo não está chegando e evitado que a situação ficasse ainda pior.

 

Serviços mais rápidos

O consumidor mudou os seus hábitos e as compras pela internet viraram uma aliada. Empresas que já atuavam no e-commerce buscaram tornar seus serviços ainda mais eficientes e tiveram que se reestruturar para conseguir atender a toda a demanda. Os que resistiam a entrar no mercado online tiveram que correr contra o tempo para se adaptar para sobreviver enquanto perdurarem as restrições impostas devido a pandemia do coronavirus. Mas não basta apenas entregar os produtos. Os empresários tiveram que treinar os entregadores para evitar a contaminação pelo coronavirus. Muitos não conseguiram se manter e fecharam as portas. Por isso, nesse momento a Inovação deve ser uma constante. Chegou o momento de sermos inovadores. Nós vamos sair dessa. Muitos tiveram que se reinventar.

 

Empresas fechando

7.200 empresas encerraram as atividades, fora as que não registraram o fechamento. Deve chegar ao dobro desse número, estimam os empresários. Desde o início, dizem os empresários, “estamos falando da importância do diálogo”. Em Minas há uma boa interlocução com o governador, mas em Belo Horizonte é muito difícil, reclamam, mesmo levando proposta de reabertura de forma segura, e sugestões de protocolo sanitário e ações. Só o comércio em Belo Horizonte emprega 1,4 milhão de pessoas e no início da reabertura de alguns setores foram tomadas todas as medidas sanitárias. Por isso, o presidente da CDL, Marcelo Silva, afirma que o comércio não é o culpado pela alta no número de pessoas contaminadas pelo coronavirus. A falta de diálogo com a administração municipal tem sido um problema, segundo ele, que ressalta que a venda física é fundamental, principalmente para as lojas de rua e de bairro. Houve uma queda de 40% a 50% no movimento nas lojas e não são apenas os comerciantes os prejudicados. A estimativa é de que a prefeitura também esteja perdendo R$ 170 milhões ao mês de arrecadação devido ao fechamento do comércio.

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