O que diferencia o homem e a mulher no mercado de trabalho? A resposta vem da diretora superintendente da Líder Aviação, Bruna Assumpção: “a diferença é que nós fazemos tudo que o homem faz, só que de salto alto”. É um caminho sem volta, disse Bruna durante a live Gestão em Ação 2021 – Mulheres de um novo tempo, evento promovido pela VB Comunicação, dentro da semana do Conexão Especial Mulheres. Também participaram da live Ana Gabriela Dias Cardoso, diretora Corporativa de Comunicação e Relações Institucionais da Usiminas e Hélida Mendonça, sócia fundadora e diretora da Forno de Minas. As três conversaram com os diretores da VB, Gustavo e Paulo Cesar Oliveira sobre o momento para as mulheres no universo corporativo e das mudanças impostas pela pandemia da Covid-19. Ana Gabriela é a primeira mulher a assumir um cargo de direção na siderúrgica. Nos últimos dois anos, apenas 5% dos cargos executivos eram ocupados por mulheres. Atualmente são 11%, pouco para um ambiente dominado pelos homens em todos os setores. Otimista, Ana Gabriela tem trabalhado para mudar essa realidade e permitir que em todas as áreas de atuação na Usiminas haja espaço para as mulheres. A Usiminas, que deve se mudar em setembro para o Edifício Amadeus, na Savassi, terá a sua sede onde funcionou durante 40 anos, um icônico prédio na região da Pampulha, transformada em hospital. A mudança física também mostra um novo momento na empresa, que pretende continuar adotando o modelo híbrido, com home office e trabalho presencial para 75% do seu efetivo. E nesse aspecto, ela não tem dúvida de que as mulheres se adaptaram fácil a essa nova rotina.
Transparência
Hélida Mendonça sabe bem da responsabilidade de gestão de uma empresa que tem pelo menos 1.200 colaboradores em Minas e em outros estados brasileiros. Durante a pandemia a Forno de Minas conseguiu manter as suas duas fábricas funcionando e manteve a produção com um trabalho minucioso para garantir a segurança e a saúde dos seus funcionários. Ainda assim, ocorreram 165 casos da doença, oito funcionários foram afastados, mas sem maiores consequências. Mas ela pondera que a doença atingiu também os que estava em home oficce. Mesmo com todas as dificuldades impostas nesse período, Hélida disse que houve crescimento nas vendas no varejo e aumentaram as exportações. No entanto, ela reconhece ter havido perdas em relação a lanchonetes e cafés. Ela só lamenta que neste ano, quando a Forno de Minas completa 30 anos, não haverá uma comemoração, pelo menos, por enquanto. A sua atuação firme à frente da empresa é uma prova, segundo ela, de que o céu é o limite para as mulheres, que demonstraram ter capacidade para atuar em todas as áreas. “O que atrapalha esse avanço é a cultura, que historicamente garante mais possibilidades para os homens”. Uma outra questão que a preocupa, diz respeito aos feminicídios, por isso cobra das autoridades e da sociedade ações para mudar essa realidade.
Adaptação constante
Se o céu é o limite para as mulheres, é lá que se encontra Bruna Assumpção, que vê o seu trabalho e o da Líder Aviação alçando voos bem mais audaciosos, Ela reconhece que para a mulher a situação ainda é mais difícil. “Tenho dois filhos e temos que trabalhar como se não tivéssemos filhos e cuidar dos filhos como se não tivesse trabalho”. Isso, no entanto, não impediu a sua atuação nesse caminho, que para ela, é sem volta. Ela se reinventa todos os dias, como a Líder nesses 62 anos de existência. A empresa, segundo ela, vem se reinventando, como aconteceu durante a pandemia. Com a queda nos voos executivos no primeiro momento, o foco foi nos voos de UTI aéreo, de tripulação e de cargas biológica, além dos voos de repatriação dos que precisavam voltar para o Brasil em plena pandemia. Com essa mudança, houve um aumento de 400% na demanda de voos. Em outubro, novembro e dezembro do ano passado, Bruna disse que houve uma retomada da procura pelos voos executivos e essa área também teve um novo impulso. Ela lembra que a aviação comercial atinge 163 municípios, enquanto a executiva tem acesso a 1.100. O aumento da demanda por esses voos faz com que a empresa esteja pensando inclusive em oferecer rotas fixas. Isso, quando passar a pandemia, porque segundo Bruna, em janeiro e fevereiro a demanda de UTI aérea aumentou novamente. O Conexão Especial Mulheres tem o patrocínio da Anglo American, Drogaria Araujo, Forno de Minas, Líder Aviação, Mercantil do Brasil, Super Nosso, Sindpas, UNIFIPMoc e Usiminas.