Com os cortes no orçamento da Polícia Federal denunciados pelos delegados federais, que chegam a 151 milhões de reais neste ano, os trabalhos da Lava Jato podem ser prejudicados. O governo federal admite recompor o orçamento da PF, mas esbarra no problema da falta de dinheiro. Os próprios policiais têm arcado com algum custo para manter os trabalhos em dia. Em 2014 o juiz Sergio Moro (foto), responsável pelos processos da Lava Jato em Curitiba, com o aval do Ministério Público Federal, autorizou a utilização de R$1 milhão do doleiro Helio Laniado para que os policiais comprassem e instalassem um sistema de câmeras de vigilância e de alarme para unidades da PF no Paraná. Laniado atuava para bancos e grandes empresas no escândalo do Banestado. Na época, com a prisão decretada, ele fugiu para Israel. De volta ao Brasil, fez um acordo de delação premiada, contou detalhes do esquema e foi colocado em liberdade. No caso de Laniado, os recursos existiam porque o doleiro pagou pela suspensão condicional de seu processo.