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Doria apenas governou

Paulo César de Oliveira
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Não, não foi uma “jogada de marketing”, como disse o ministro Pazuello, a decisão do governo paulista de iniciar ontem mesmo, em uma enfermeira do grupo de risco, a campanha de vacinação contra a covid 19 no estado. Tampouco foi um desrespeito contra os demais estados iniciar antes a vacinação, até porque foi um ato simbólico a aplicação da primeira dose da Coronavac em território paulista. Um ato simbólico contra a inoperância de um governo sem compromissos com seu povo. O ato contra a ação nefasta, debochada, para prejudicar e inviabilizar a obstinação do governador João Doria, que não se acomodou diante do descaso do governo federal, e até de outros governadores, que nada fizeram para viabilizar a oferta de vacina. Até pelo contrário, trabalharam contra o esforço de quem se preocupou com o assunto. Doria simplesmente agiu com responsabilidade, ao contrário do presidente Bolsonaro e de seus sabujos, em especial o General Pazuello, uma pessoa errada, no lugar errado, na hora errada. A grande vitória política do governador de São Paulo não foi iniciar à frente de todos a vacinação de sua população. A sua perseverança no projeto de fabricar aqui a vacina, foi uma demonstração do que é possível fazer, quando se buscar fazer. Uma lição para os outros governantes e, principalmente, para o povo que precisa entender que uma má escolha gera grandes problemas. Não, Doria não é nenhum herói, como podem pensar seus seguidores, nem um oportunista, como tentam carimbar seus adversários. É simplesmente um governante que agiu com a presteza exigida pela situação em defesa do povo. Governou, o que muitos, ou a maioria não faz. Governou e obrigou os que se consideram donos da verdade a agirem. Ou alguém duvida que o país estaria, se não fosse a ação do governo paulista, sem vacina e mobilização no combate ao coronavírus. O presidente Bolsonaro e o seu ministro General Pazuello, -é preciso que se dê os nomes-, saíram da inércia pressionados pela ação do governo paulista. Se assim não fosse, nada teria sido feito para agilizar o início da imunização. O exemplo de Manaus mostra isto. É hora da sociedade se mexer. É hora de o Congresso entender que recesso num momento assim é crime contra o povo, contra a vida.

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