A reação americana, motivada pelas ações do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes (foto/reprodução internet) contra as redes sociais, é lida em Washington como censura; em Brasília, como justiça. A possível sanção dos EUA ao ministro— aventada por Marco Rubio no Congresso americano — acendeu o alarme no Planalto, que correu para travestir o episódio com a gravidade de um ataque à soberania nacional. Não se trata mais de um ministro sob escrutínio externo, mas de um símbolo da autonomia brasileira, segundo a narrativa oficial. O governo Lula prepara uma resposta diplomática, mas ensaia uma manobra discursiva: transformar uma eventual retaliação contra um magistrado em ingerência inaceitável. A soberania, nesse contexto, não é princípio, é escudo político. Se a sanção vier, a toga será hasteada como bandeira.