A participação do ex-ministro da Saúde, Luís Henrique Mandetta (foto), no Conexão Empresarial Saúde, com o diretor da VB, Gustavo Cesar de Oliveira comandando a live, foi assertiva e equilibrada, sem ataques a nenhum dos lados que hoje se digladiam. Foi um marco de clarividência. Mandetta viu-se estimulado por perguntas instigantes feitas pelos médicos Marcos Andrade, Lucimar Assunção e Samuel Flam, que deram pista para o ex-ministro falar da gravidade de estarmos vivenciando perigosamente duas crises (sanitária e econômica, na mesma intensidade) e não apenas uma, que vão se retroalimentando à esmo na cena econômica, nos equipamentos de saúde e mesmo dentro das casas das famílias. Não se pode descartar a clínica observacional e nenhum método que se propõe legitimamente acudir os infectados, quando ainda se está lidando com o desconhecido’, asseverou o ex-ministro, enviando um recado aos extremistas de plantão, de um lado e do outro. Sua resposta veio em continuidade ao que Marcos Andrade tinha contextualizado em relação ao erro do isolamento linear que não respeita ambientes, as contingências estruturantes de cada extrato social e, sobretudo a condição de higidez econômica e de saúde de cada pessoa. O resumo é que todos os lados que hoje aí estão engalfinhados precisam errar menos. O país, através de suas lideranças políticas e empresariais precisam urgentemente repensar e agir, com uma melhor política de comunicação sobre medidas sanitárias básicas e, também trazer para o centro do debate, o ataque à desigualdade e em questões que tocam o saneamento, habitação, educação e alimentação como medidas preventivas que impactam diferentemente cada brasileiro. A Sars Covid 19, arrematou Mandetta em sua fala, chegou em um contexto mundial em que a chegada do século XXI, superpopuloso, embricado em severíssimas contradições políticas sociais e econômicas e que, lamentavelmente, presencia um ambiente rarefeito de lideranças mundiais abertas ao diálogo, só dificultam o aparecimento de uma luz no fim do túnel.