No dia do trabalhador uma bela homenagem é a uma exposição inédita em cartaz na grande galeria do Palácio das Artes. A mostra conta com 200 retratos, para carteiras de trabalho, entre as décadas de 1930 e 1950, do acervo do fotógrafo Assis Horta (foto). As fotos resgatam parte da história do Brasil após a consolidação das leis trabalhistas, quando se tornou obrigatório o registro dos trabalhadores no documento. As leis trabalhistas, estabelecidas pelo governo do presidente Getúlio Vargas (1930-1945), marcaram a democratização da fotografia, segundo o curador da mostra, Guilherme Horta (eles não são parentes). Modesto fotógrafo, dono de um estúdio em Diamantina, Assis Horta foi contratado para tirar as fotos 3×4 de milhares de operários de uma fábrica de tecidos que precisavam adquirir a então inédita carteira de trabalho. Com sensibilidade e primor técnico, ele produziu belos registros de pessoas que certamente eram fotografadas pela primeira vez. O extenso acervo foi organizado em uma pesquisa vencedora do importante XII Prêmio Marc Ferrez de Fotografia, na categoria reflexão crítica. Além das fotografias, o público poderá ver a instalação que reproduz o estúdio fotográfico de Assis Horta. Assim como o original, haverá uma cadeira e um tapete colocados estrategicamente em frente a uma parede pintada à mão, que dá a ideia de fundo infinito. Neste local, o público pode ser fotografado e se inserir no contexto da exposição. Vale a pena conferir.