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Ficção?

Paulo César de Oliveira
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“Se dependesse de mim, não seria esse o regime que estaríamos vivendo”, disse Jair Bolsonaro em evento em Campinas. Mas qual regime seria, se dependesse dele? Um regime militar ditatorial? É o que parece, porque abusa de suas prerrogativas presidenciais, conquistadas democraticamente, para atacar a própria democracia, veladamente ou, algumas vezes, explicitamente, ao afrontar ministros do Supremo Tribunal Federal, nomear cada vez mais militares para postos-chave do governo, como agora na Petrobrás, além de dar guarida e suporte a uma gentalha arrogante, violenta e despreparada, eleita em diversos partidos de direita a reboque do bolsonarismo nas eleições de 2018. É a mesma receita da ditadura bolivariana, quando militariza tudo e libera mais armas via decreto para seguidores e milicianos. Mas o grande final estará reservado para 2022, caso as urnas eletrônicas não o sufraguem e ele não saia vencedor. Poderá alegar fraude, como Donald Trump, seu ídolo e, com o governo já saturado de militares, consumar seu autogolpe com o apoio deles. Que tal enredo não passe de ficção.

Modus operandi

Bolsonaro usa uma régua particular para medir as consequências de seus atos, calculando-as com base no número de votos que pensa que disso advirá. Para ele, as reações do mercado, o reflexo nas contas públicas, a cotação do dólar, a opinião do ministro Paulo Guedes e dos demais assessores é despicienda ante seu projeto de reeleição. Essa é a razão por que a reação dos caminhoneiros vale mais que a dos investidores, principalmente os estrangeiros, que não votam no Brasil… Essa conclusão é referendada pelos especialistas no estudo de mentes populistas, como a dele e de sua antecessora Dilma Rousseff (foto), que nesse aspecto em nada se diferenciam.

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