Marilyn Monroe dos detentos, anormal, useiro e vezeiro no uso da navalha. Refinado malandro, pederasta, meliante. Larápio, gatuno, invertido sexual. Famigerado travesti. Eram essas as alcunhas usadas pela imprensa para se referir a Cintura Fina (foto), a travesti que marcou época na provinciana Belo Horizonte dos idos de 1950. Nascido no Ceará e mineira de vivência, Cintura Fina não passava despercebida. Especialmente nos arredores da boemia dos bairros Bonfim e Lagoinha, ela comprou briga com uns, defendeu outros. Entre conflitos e afetos, entrou para a memória da cidade. Agora, finalmente tem sua movimentada vida retratada no livro Enverga, mas não quebra, escrito pelo pesquisador Luiz Morando, especialista em memória LGBTQIA+. Publicada pela editora “O Sexo da Palavra”, a obra já está à venda no site osexodapalavra.com.