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Janot arruma desculpa para não ir à posse de Dodge

Paulo César de Oliveira
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Ao que tudo indica, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot (foto), está tentando encontrar uma desculpa para não participar da posse da sua substituta no cargo, Raquel Dodge. Para muitos analistas, Janot exagerou na dose e desgastou sua imagem perante o Supremo Tribunal Federal e no meio político passou a ser chamado de o grande perseguidor. O certo é que ele terá que enfrentar cara a cara não só os ministros do STF, como o presidente Michel Temer, a quem acusa de ser “o chefe da quadrilha do PMDB”. Para justificar a sua ausência, disse que não foi convidado para a posse de Dodge na manhã desta segunda-feira. Aliás, ele tem agenda marcada em Belo Horizonte amanhã.

Janot sai deixando muito serviço para sua substituta

Ao deixar a Procuradoria Geral da República, Janot terá aumentado muito o poder do cargo que ocupou desde o dia 17 de setembro de 2013, quatro anos atrás. Foi o responsável por todas as ações da PGR na Lava Jato até aqui. A possibilidade de sofrer retaliações de políticos que denunciou fez com que Janot reconsiderasse a decisão de se aposentar. Ele manterá o posto de subprocurador da República, com direito a foro privilegiado no Superior Tribunal de Justiça, por mais algum tempo. Mas há pelo menos um passivo importante que ele deixará para a sucessora: dos 74 inquéritos abertos no STF em decorrência da delação da Odebrecht, 72 ainda estão em aberto. A delação da Odebrecht se tornou pública no dia 11 de abril. Foi homologada em janeiro. De lá para cá, a PGR ofereceu apenas uma denúncia: contra o senador Romero Jucá (PMDB-RR), por ser suposto destinatário de R$150 mil em propina da empreiteira, acusação que ele nega. Outro inquérito, cujo alvo era o deputado federal José Reinaldo (PSB-MA), foi arquivado. Todo o restante ficará nas mãos de Raquel Dodge. Na maioria dos inquéritos, a Polícia Federal nem mesmo concluiu as investigações, o que impede a apresentação de denúncias. Pelo menos por enquanto.

Rodrigo Janot em BH

Rodrigo Janot é esperado amanhã em Belo Horizonte, um dia depois de deixar o cargo de procurador geral da República, e deve se encontrar com o prefeito Alexandre Kalil. Não se assustem, não vão tratar de Lava Jato. Os dois participam, como conselheiros, da reunião do Conselho Deliberativo do Atlético que irá discutir a construção do estádio próprio do “Galo”, do qual Kalil é um dos mais ardorosos defensores.

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