*O presidente do PMDB-RJ, Jorge Picciani (foto), afirmou nessa sexta-feira que a decisão do diretório estadual de apoiar o rompimento com o governo é reflexo de um sentimento majoritário da sociedade. O dirigente avalia que a presidente Dilma Rousseff não tem condições de enfrentar a crise política e econômica que praticamente paralisou o país. “Ela tem capacidade de sair do dissenso para o consenso mínimo? De aprovar um ajuste fiscal, recuperar a economia? De trazer de volta o emprego? Não tem. A presidente é uma pessoa honrada, mas o conjunto da obra não é bom”, disse.
*Os mesmos argumentos legais que levaram os Estados Unidos a punir dirigentes da Fifa por atos de corrupção praticados em outros países,deverão ser usados pelo governo americano para processar empresas brasileiras condenadas na Operação Lava Jato, diz o ex-assessor da Casa Branca Joel Velasco. Em entrevista à BBC Brasil, Velasco – que trabalhou com o ex-vice-presidente Al Gore e serviu como conselheiro sênior na embaixada americana no Brasil no governo Bill Clinton – afirma que a operação brasileira representa um caso sem precedentes para autoridades dos Estados Unidos. Procuradores brasileiros e americanos têm trocado informações sobre a Lava Jato há algum tempo e, por enquanto, sabe-se que o Departamento de Justiça dos EUA investiga o papel da Petrobras no escândalo. Mas Velasco também defende um ponto polêmico: que, em algum momento, coloque-se um “ponto final” nas investigações da Lava Jato. “Assim como no fim da ditadura tivemos de reconhecer os erros, prometer nunca mais repetí-los e perdoar os que erraram, no caso da Lava Jato isso vai ser necessário. De chegar num momento em que se diga que investigamos o que deu, que certamente houve outros erros, mas que os maiores culpados estão pagando e é importante que o Brasil comece uma nova fase.
*Os cinéfilos de Belo Horizonte terão duas boas novidades em abril: o último filme de Humberto Mauro, que estava perdido e foi recuperado no ano passado, e a inauguração do primeiro cinema público da cidade. O espaço será aberto no dia 19 de abril e a obra de Mauro será exibida na estreia ou na primeira semana de funcionamento. “A noiva da cidade” era um roteiro antigo de Humberto Mauro, considerado um dos pioneiros do cinema nacional. Como o projeto nunca havia saído do papel, seu amigo Alex Viany, cineasta e jornalista, decidiu dirigir o filme. Fora do set desde 1974, Mauro viu seu velho projeto virar realidade em 1978, quando já estava com 81 anos. O diretor faleceu cinco anos depois O filme de Humberto Mauro será uma das primeiras atrações do primeiro cinema público de Belo Horizonte, que funcionará no edifício onde funcionava o antigo Cine Santa Tereza, no bairro de mesmo nome. O prédio, projetado pelo arquiteto italiano Raffaello Berti e construído em 1942, está agora na reta final das reformas. A conclusão da obra acontece 13 anos depois do projeto ter sido escolhido pela população através do Orçamento Participativo da Prefeitura de Belo Horizonte.
*Mais de 8,8 mil pessoas ligadas à indústria literária já assinaram um manifesto “pela defesa dos valores democráticos e pelo exercício pleno da democracia em nosso país, de acordo com as normas constitucionais vigentes, no momento ameaçadas”. A coleta de assinaturas começou no último sábado (19) e desde segunda-feira (21) está no site de petições públicas Avazz. Nosite, já são mais 7,5 mil apoiadores. Entre os nomes que subscrevem o texto estão artistas, escritores e personalidades como Chico Buarque, Ana de Hollanda, Antonio Candido, Anita Prestes, Milton Hatoum, Antonia Pellegrino, Slavoj Zizek, Leonardo Padura, Noélia Ribeiro, Lira Neto, Laerte, Gregório Duvivier, Jô Oliveira, Maria Rita Kehl, Paulo Werneck e Aldir Blanc. O manifesto não explica os riscos mas revela um dado interessante: o número de escritores que o país tem.