Uma verdadeira maratona de palestras e painéis com representantes de vários setores marcam a 7ª Edição do Conexão Empresarial, que acontece em Tiradentes até amanhã. Ontem os debates se estenderam, sem interrupção, entre uma palestra e outra, com uma plateia atenta e interessada em conhecer mais sobre a situação econômica e política do país e as experiências de quem consegue driblar essas turbulências. Uma das preocupações foi abordada pelo estrategista de investimentos da USB WM Brasil, Ronaldo Patah: a tempestade passou? No atual cenário, a sua leitura é a de que a situação é complicada, a situação internacional é ameaçadora e o melhor nesse caso, é manter um otimismo cauteloso. Para Patah uma coisa é certa: se o Brasil não fizer nada, ninguém vai querer comprar a dívida do país e essa situação vai gerar inflação que vai para a casa dos 29% e esse é o pior dos mundos. Se as projeções se confirmarem, com a possibilidade de 90% do impeachment da presidente Dilma passar e se Temer conseguir implementar algumas mudanças, a estabilidade política aos poucos vai aumentar e com ela a confiança dos investidores. No final da sua exposição, ainda sugeriu aos que gostam de se arriscar na Bolsa de Valores, em apostar na Petrobras, que pode dar uma grande virada nas mãos de Pedro Parente, que pela primeira vez na história da empresa, vai indicar os diretores sem interferência política. (Foto: Antônio Fabrício, Miguel Corrêa Jr., Roberto Brant, Carlos Mário Velloso, PCO, Paulo Paiva, Marco Antônio Castello Branco, Olavo Machado Júnior e Bruno Siqueira)
Sistema ruim e Congresso que não representa a sociedade
Rui Barbosa já previa, no início do presidencialismo no Brasil, que esse sistema de governo gera não só ditadura em estado crônico, como irresponsabilidade na mesma medida e a corrupção. Os dois primeiros presidentes brasileiros: Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto foram dois déspotas, segundo o ex-ministro Carlos Veloso. A lembrança histórica foi para ilustrar que o está acontecendo atualmente no país é resultado de um sistema político ruim, que é agravado por partidos políticos que impedem a governabilidade. Além disso, Veloso entende que pelas regras atuais, o Congresso Nacional está longe de representar a sociedade. Basta ver o exemplo da eleição de Enéas, o político paulista que ganhou notoriedade e 1,8 milhão de votos e devido a atual regra partidária, conseguiu para o inexpressivo PMN, seis vagas no Congresso Nacional, candidatos que tiveram 100 mil votos ficaram de fora. Essa lógica prevalece até hoje e com isso, “os partidos tendem a criar celebridades ou candidatos sem compromisso com os eleitores”.
A lei, a justiça e os empresários
O presidente da OAB Minas, Antônio Fabrício Gonçalves, defendeu a flexibilização da lei trabalhista, que considera extremamente rígida. O advogado Décio Freire também defendeu que o empresário seja estimulado e criticou o que considera como insegurança jurídica hoje no país. Para ele, as delações que estão ocorrendo na Operação Lava Jato, precisam ser provadas. Não se trata, segundo ele, de defender a impunidade, mas “ se não houver sensibilidade nos três poderes, poderemos passar o Brasil a limpo, mas não teremos um Brasil para entregar para os nossos netos”. Os dois advogados participam da 7ª Edição do Conexão Empresarial.