A França vive uma onda de violência imposta por grupos, na maioria de jovens, contrários ao uso de máscaras determinada pelo governo no esforço de combate ao coronavirus. Brigas por esse motivo vêm ocorrendo em comércios e transportes do país e têm causado preocupações pois esses grupos vêm ganhando força nas redes sociais e também disseminam notícias falsas sobre a pandemia do novo coronavirus. O uso do equipamento de proteção é obrigatório para circular em restaurantes e bares na França e só pode ser retirado quando a pessoa estiver sentada à mesa. Os militantes contra o uso de máscaras têm um ponto em comum: eles reivindicam seu direito à liberdade e se recusam a usar o que chamam de "focinheiras." Para eles, as pessoas que respeitam as regras são "carneirinhos" que precisariam ser despertados para a realidade. As autoridades, ao tornar o uso obrigatório, visariam controlar a população com um pensamento único que deve ser acatado por todos, alegam. "Quando a máscara é imposta, somos privados do nosso corpo, do nosso livre arbítrio", diz uma jovem que integra um desses grupos nas redes sociais. "Não à escravização e à ditadura sanitária", diz outro internauta. Para alguns sociólogos que estudam o comportamento destes jovens, a recusa de usar máscara é um novo sinal do individualismo crescente. "O paradoxo é que a liberdade defendida pelos antimáscaras é, na realidade, a liberdade de contaminar os outros. É o produto de um desengajamento cívico, uma das marcas do individualismo contemporâneo", afirmam