A morte de uma dezena de pessoas, em sua imensa maioria jovens estudantes da escola pública estadual em Suzano, interior de São Paulo, reacende velhas e novas discussões sobre o quê leva uma pessoa a cometer uma chacina. As explicações são várias e envolvem questões religiosas, insanidade e ódio. A de ontem, segundo apurações iniciais, envolveria revolta de adolescente por bullying sofrido quando aluno da escola. Razão, para muitos, insuficiente para explicar tanta violência que afinal não começou na escola, mas numa revendedora de automóveis, onde o tio de um dos jovens assassinos, foi morto a tiros. A matança na escola paulista, ontem, foi mais uma das muitas que o país assistiu nos últimos anos. Foram oito ataques a escolas desde 2002 Entre elas, a de Janaúba, no norte de Minas, onde um vigia colocou fogo em uma creche, matando oito crianças e uma professora. Como em Suzano, onde os dois assassinos morreram – um matou o outro e depois cometeu suicídio- em Janaúba o vigia responsável pelo fogo na creche também acabou morrendo queimado. Os horrores de ontem certamente vão reabrir discussões sobre a influência das coberturas da imprensa de outras tragédias sobre mentes doentias. Para muitos, os relatos de violências acabam estimulando violência. Que para ser contida, exigem violência, como defendeu ontem o senador Olimpio, do PSL, líder do governo Bolsonaro, para que a matança não teria ocorrido se professores ou outros servidores da escola estivessem armados. Difícil saber qual a mente mais doentia.