Nas últimas décadas, o cenário político tem se tornado refém de um binarismo que desencoraja a reflexão, levando a um empobrecimento do debate público. A superficialidade nas discussões não é um sinal de falta de inteligência, mas sim uma evidência da nossa preguiça em exercitar a capacidade crítica. O filósofo Marshall McLuhan alertou que a rapidez das comunicações modernas, frequentemente disfarçada de entretenimento, estava suprimindo diálogos reflexivos. Anos depois, o sul coreano Byung-Chul Han (foto/reprodução internet) reconheceu que o excesso de estímulos extermina nossa habilidade de pensar. Dados recentes, como o estudo da OCDE de 2023, revelam que muitos adultos têm níveis alarmantes de proficiência em literacia, com queda significativa em relação à última década. As redes sociais, ao promoverem uma comunicação rápida e emotiva, reforçam este ciclo, priorizando conflitos e reações instantâneas em detrimento do pensamento crítico.