Os “whistleblowers” —indivíduos que revelam atividades ilegais ou antiéticas dentro de instituições — têm desempenhado um papel fundamental ao longo da história do jornalismo, especialmente como uma ferramenta essencial na fiscalização do poder público. Em casos que envolvem o Executivo e o Legislativo, como o impeachment de Fernando Collor (foto/reprodução internet) e o escândalo do mensalão, os vazamentos trazidos à tona por esses denunciantes foram amplamente reconhecidos como instrumentos de fortalecimento da democracia, não como ataques a ela.
No entanto, a percepção parece mudar quando o foco se volta para o Judiciário. Isso levanta a questão: por que as denúncias envolvendo o Judiciário deveriam ser vistas de forma diferente? Em uma democracia saudável, a transparência e a responsabilidade não podem ser seletivas; todos os poderes, incluindo o Judiciário, devem estar sujeitos ao escrutínio público para garantir a integridade e a confiança nas instituições.
