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 O racismo no Brasil

Paulo César de Oliveira
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Há 130 anos a escravidão chegava ao fim no Brasil, com uma lei votada no Senado e assinada pela princesa Isabel. O último país da América Latina a acabar com a escravidão foi responsável, ao longo de três séculos, pelo tráfico de quase cinco milhões de pessoas. O escritor Machado de Assis relatou as comemorações no Rio de Janeiro com a “lei Áurea” escrevendo que “Todos saímos à rua. Todos respiravam felicidade, tudo era delírio. Verdadeiramente, foi o único dia de delírio público que me lembro ter visto”.  A lei na visão dos historiadores saiu curta, pequena e conservadora. Seus reflexos são sentidos até hoje devido a falta de políticas para incluir os ex escravos à sociedade.

 

Racismo estrutural

A historiadora Lilia Moritz Shwarcz (foto) disse à BBC, acreditar que o que temos atualmente é o racismo estrutural e “o que nós temos feito nesses 130 anos é não apenas dar continuidade, mas radicalizar o racismo estrutural”. A realidade atual está nos dados do censo que vêm mostrando como o país é profundamente desigual. “Quando comparamos marcadores sociais da diferença, como classe e raça, vemos que raça é sempre um agravante”.

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