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OAB não aceita proposta de gravação de conversa de advogados com clientes presos

Paulo César de Oliveira
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A ideia de gravar as conversas entre advogados e seus clientes presos confunde a sociedade, dando a entender que os profissionais do Direito são responsáveis pelo avanço da violência. A afirmação é do presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Claudio Lamachia (foto), que emitiu uma nota nesse sábado para criticar a sugestão do ministro da Defesa, Raul Jungmann, de gravar as conversas entre condenados por tráfico e seus advogados como modo de combater o crime organizado. A possibilidade, que, segundo o ministro, foi aventada pela nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge, é instalar parlatórios nos presídios federais, onde as visitas ficam separadas dos detentos por um vidro e a comunicação se dá por um telefone, grampeado pela administração do cárcere. Lamachia, entretanto, afirma que a gravação de qualquer diálogo entre advogados e clientes é crime, “prática que jamais deveria ser defendida por quem quer que seja, especialmente por aqueles que fazem parte do sistema de Justiça”. Ele garante que a OAB agirá com rigor e punirá todos profissionais que cometerem alguma ilegalidade, mas ressalta que a entidade não defenderá qualquer tipo de ato que esteja fora das normas constitucionais. “Não se combate o crime cometendo outros crimes e não será com soluções simplistas que o quadro atual será superado”, alerta. Para ele, esse é apenas “mais um episódio da falência administrativa do Estado no combate ao crime organizado”.

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