A incidência de tipos de câncer relacionados à obesidade tem gerado preocupação ao Instituto Nacional de Câncer José de Alencar Gomes da Silva (Inca), que fez ontem um alerta durante a divulgação das estimativas de novos casos para os próximos dois anos no Brasil. Apesar de não poder fazer uma comparação com os anos anteriores, por mudanças na metodologia e na base de dados, o vice-diretor-geral do Inca, Luiz Felipe Ribeiro (foto), informou que há uma tendência de crescimento em casos como o câncer de próstata, que é associado à obesidade. “Um exemplo é o tumor de corpo de útero, que também é associado à obesidade e não entrava nem entre os dez tumores mais incidentes do Brasil. Na última estimativa, estava em oitavo, e, nessa, apareceu em quinto”, destacou Luiz Felipe. “Está nos preocupando o crescimento rápido dos tumores ligados à obesidade”. Segundo a estimativa, quase 14 mil casos de câncer de corpo de útero devem ser registrados no país nos próximos dois anos. Outros tipos de câncer, como o de ovário e o cólon-retal, também estão relacionados ao excesso de peso e têm subido posições entre os mais frequentes no país. Técnica da Divisão de Informação do Inca, Marceli de Oliveira Santos afirmou que o estilo de vida urbano e sedentário, que contribui para a obesidade, principalmente no sul e sudeste, pode ser claramente associado ao câncer de cólon e reto. “Ele assume uma posição relevante quando trabalhamos em um ambiente em que o desenvolvimento e a urbanização são mais evidentes.”