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Os 60 anos de Grande Sertões Vereda

Paulo César de Oliveira
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Há 60 anos o livro Grande Sertões Vereda, de João Guimarães Rosa, chegava as livrarias para revolucionar a literatura brasileira. Médico e diplomata, Guimarães Rosa entrou para a Faculdade de Medicina aos 16 anos, mas foram as palavras que o tornaram famoso. Em Grande Sertão Veredas criou personagens inesquecíveis que ganharam as telas do cinema e da televisão, como Riobaldo, personagem central e narrador da obra-prima e seu amor reprimido por Diadorim. Guimarães Rosa percorreu o sertão mineiro, munido de um caderninho em que anotava tudo o que via, perguntando os nomes de cada planta ou bicho, saboreando as palavras e seus usos para construir uma narrativa apaixonante, como relatou ao editor João Condé, para explicar a sua decisão de escrever sobre o sertão mineiro: “naquela altura, porém, eu tinha de escolher o terreno onde localizar as minhas histórias. Podia ser Barbacena, Belo Horizonte, o Rio, a China, o arquipélago de Neo-Baratária, o espaço astral, ou, mesmo, o pedaço de Minas Gerais que era mais meu. E foi o que preferi. Porque tinha muitas saudades de lá. Porque conhecia um pouco melhor a terra, a gente, bichos, árvores. Porque o povo do interior – sem convenções, “poses” – dá melhores personagens de parábolas: lá se veem bem as reações humanas e a ação do destino: lá se vê bem um rio cair na cachoeira ou contornar a montanha, e as grandes árvores estalarem sob o raio, e cada talo do capim humano rebrotar com a chuva ou se estorricar com a seca. Amantes da literatura, professores e apaixonados por Guimarães Rosa tem organizado vários eventos para marcar os 60 anos da publicação.

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