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Quando todos tem razão, mas nada faz sentido

Paulo César de Oliveira
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Fica em cada um de nós a sensação de que não estamos fazendo a coisa certa. Brasil afora, prefeitos e governadores baixam medidas para conter o avanço da pandemia, medidas com maior ou menor rigor, e os efeitos, ao que parece, não surgem. Poderíamos estar em uma situação ainda mais grave do que estamos vivenciando caso estas medidas não tivessem sido colocadas em prática, grita um grupo. Mas estas medidas restritivas estão acabando com as micro e pequenas empresas, em especial, e destruindo os empregos, gritam do outro lado. Ambos parecem ter razão. E o fato de ambos, em situações opostas, terem razão, deixa a desconfiança de que há algo errado na condução destas medidas além do fato, claro, de serem esparsas, diferentes em cidades vizinhas e de intercâmbio intenso de pessoas. Falta-nos uma ação coordenada, que envolva toda a sociedade. Uma ação que faça sentido. Um lockdown real, não uma restrição com toque de recolher e tudo, com “jeitão” de sério durante parte da noite e da madrugada, como lembra o cardiologista Marcos Andrade, mas de coletivos lotados e aglomerações forçadas pela má qualidade dos serviços públicos durante todo o resto do dia. Poderíamos ter ganhos mais significativos se tivéssemos a coragem de impor medidas mais sérias. Ganhos econômicos também, pois daríamos um fim a este abre e fecha, necessário sim, indispensável sim, diante da falta de consciência coletivas de nosso povo que não respeita regras, que é irresponsável com sua saúde e, pior, com a saúde dos outros. Necessário sim, diante de um governo descompromissado, irresponsável que, diante de sua incompetência, faz troça com a desgraça alheia e terceiriza responsabilidades por sua irresponsabilidade. O quadro é grave, como advertem os especialistas, embora neguem os especialistas em enganar o povo, e o momento é de cada um assumir responsabilidades diante de seu grupo. O ideal seria que tivéssemos um líder, e isto não temos, que como Churchill- já citei esta fala aqui- fosse honesto o suficiente para dizer ao povo que, “neste momento só tenho sangue, suor e lágrimas a oferecer”. A estes sofrimentos seria fundamental que juntasse as necessárias doses de vacina que, por desprezo à vida, chegamos a dispensar num primeiro momento. Mas não espere isto  alguém aqui. Não temos ninguém com esta capacidade de liderar. O todo é a soma de cada um. Tenha a certeza de que só a tomada de consciência coletiva nos levará a uma situação melhor. Na saúde e na economia. Seriedade é o que está faltando.

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